Já passam mais de duas décadas e meia que as armas da guerra civil dos 16 anos se calaram, mas há sequelas deixadas na vida de algumas mulheres sobreviventes que nem o tempo consegue apagar. A memória destes acontecimentos relatados por mais de 200 mulheres vítimas é pela primeira vez trazida no relatório divulgado esta terça-feira pelos Advogados sem Fronteiras, em parceria com o Centro de Estudos Estratégicos Internacionais e MULEIDE.
Os pesquisadores fazem notar que apesar de ter havido acordo de paz seguido de uma espécie de amnistia entre Frelimo e Renamo, nunca houve um programa de reabilitação para com as sobreviventes da guerra.
Os autores do relatório apelam ao Governo para que garanta a participação das mulheres nos processos de pacificação. O relatório serve também de uma chamada de atenção à violência gerada pelos ataques em Cabo Delgado.