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AdRM com prejuízo de mais de MZN 100 milhões em dívida no Grande Maputo

A empresa Águas da Região Metropolitana de Maputo acumula um prejuízo de mais de 100 milhões de Meticais em dívidas. O Presidente do Conselho de Administração da instituição diz que os gestores das entidades devedoras têm pouca vontade de pagar pelo serviço.

Há entidades públicas e privadas que consomem água e não pagam. As sociedades comerciais criadas pelo Estado para o serviço de abastecimento, nomeadamente, Águas da Região do Sul, Centro, Norte e Metropolitana de Maputo, correm atrás de dívidas de milhões de Meticais, o que, em casos extremos, resulta em cortes, como sucedeu há meses no Hospital Central de Quelimane.

Álvaro Cossa, PCA da empresa Águas da Região Metropolitana de Maputo, esta segunda-feira, em entrevista ao Noite Informativa da Stv, revelou que dos mais de 100 milhões em dívida acumulada por várias entidades, grande parte é dos ministérios da Defesa, Saúde e Educação.

“Estes são os grandes clientes que a região metropolitana tem e mesmo pela dimensão do negócio, pela quantidade de água demandada, ficam na posição de maiores devedores”, explicou.

Segundo Cossa, as dívidas devem-se à pouca vontade dos gestores para pagar pelo serviço de abastecimento de água.

“Tem pouca vontade de pagar pelo serviço de abastecimento de água. Falar de entidades é uma coisa, e falar de gestores é outra coisa. Essas instituições públicas que o Governo de Moçambique criou, à semelhança das entidades comerciais anonimas, têm um mecanismo de remuneração dos seus custos de produção através dos seus orçamentos. Mas nós, os gestores, pecamos. Isto é um problema de governança. Ainda que não sejam suficientemente completos para remunerar este serviço, mas pelo menos recebem uma verba para o abastecimento de água”, disse.

O gestor fala em negociações para amortização das dívidas por forma a evitar cortes a instituições do Estado ou consumidores privados.

“Há negociação permanente, ou seja, abrimos acordos de pagamentos em prestações para as instituições irem amortizando as dívidas e manter os serviços disponíveis”, Explicou.

Se vai ou não partir para cortes, à semelhança do que aconteceu na região Centro do país, o PCA prefere falar em negociação, que, segundo disse, tem que ser permanente, aberta a franca.

Cossa explicou que “Para levar água para as pessoas, é preciso pôr electrobombas que precisam de energia para trabalhar, esta água que sai do rio Umbeluze, Corumana ou do campo de furos, antes de chegar ao cliente tem que ser tratada (desinfecção e limpeza) com produtos químicos, isso demanda custos. Transportes para levar a água aos municípios demanda custos de água, temos uma rede de quatro (4) mil quilómetros que tem que ser mantida, portanto nós vendemos o serviço de abastecimento de água que merece uma remuneração.”

A demais, o PCA da empresa Águas da Região Metropolitana de Maputo diz que a água consumida nas autarquias da região é de qualidade e que os estudos que apontam má qualidade não foram feitos com base na água da rede pública.

 

SOBRE A PRIVATIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

­É uma das questões candentes no sector, a privatização do serviço de abastecimento de água. O Cossa esclarece que é o melhor modelo a considerar que “visa descentralizar o serviço e acelerar o acesso à água potável de forma sustentável as populações”.

No modelo, o Estado fica, exclusivamente, com a missão de fiscalizar a trazer tarifa justa para remunerar toda a cadeia de abastecimento, desde a captação, transportes e tratamento, armazenamento até a casa do cliente.

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