Activista moçambicano havia sido detido, no sábado, por alegada incitação à violência. Foi libertado mediante o termo de identidade e residência, disse representante da Rede de Defensores de Direitos Humanos em Nampula.
“Está bem de saúde, embora se queixe de não se ter alimentado por quase três dias”, explicou à Lusa Gamito Carlos, da Rede de Defensores de Direitos Humanos, momentos após a libertação do activista na cidade de Nampula, Norte de Moçambique.
Joaquim Pachoneia, da Associação Mentes Resilientes, foi detido no sábado, indiciado de suposta incitação à violência e insultos ao Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e à polícia na cidade de Nampula.
“O processo vai continuar a seguir os seus trâmites legais. Ele foi libertado mediante o termo de identidade e residência”, frisou Gamito Carlos.
ACUSAÇÃO
A polícia moçambicana acusa o activista de incitar as pessoas a agredirem e, com base em métodos supersticiosos, amaldiçoarem os membros recentemente empossados nas assembleias municipais na sequência eleições de 11 de Outubro, um pleito fortemente contestado pela oposição e sociedade civil.
“Para além de agitar os jovens a pautar pela violência, proferiu insultos de várias ordens contra a figura do chefe de Estado e às lideranças da PRM. Num dos vídeos, chegou a chamar os membros da PRM de cães de raça que não pensam e que só agem em cumprimento das ordens do seu dono”, declarou o porta-voz da polícia em Nampula, Dércio Samuel, durante uma conferência de imprensa no domingo.
Pachoneia, de 36 anos, é um activista localmente conhecido pela sua abordagem crítica às autoridades, tendo, segundo a associação a que pertence, já se queixado de ameaças devido aos seus comentários nas redes sociais.