O Ministro dos Transportes e Logística, João Matlombe, garantiu, esta quarta-feira, na cidade da Beira, que, ainda este ano, será apresentada uma solução para o problemático acesso directo ao Porto, com vista a descongestionar a Estrada Nacional Número Seis (EN6), onde se tem sido registado uma fila de mais de 10 quilómetros de camiões, condicionado, desta forma, a circulação de pessoas e bens. Matlombe falava aos jornalistas à margem de uma conferência intermodal de África.
As longas filas que caracterizam o dia a dia dos transportadores que pretendem entrar para o Porto da Beira, usando a EN6, têm estado a causar um mal estar aos utentes desta infraestrutura importante para a dinamização da economia nacional.
Ciente deste dilema, o Ministro dos Transportes de Logística, João Matlombe, abordou o tema pouco depois de proceder à abertura da Conferência Intermodal África.
Matlombe clarificou que não é apenas o acesso aos portos que preocupa o Governo, pois, segundo explicou, há congestionamentos nas fronteira de Machipanda, posto que liga Moçambique e Zimbabwe, e de Ressano-Garcia, que liga Moçambique e a África do Sul.
“A questão do acesso ao Porto da Beira afecta, muito, a qualidade de vida da própria cidade. Portanto, não é só uma questão do porto, é mesmo uma questão de convivência da cidade com o próprio porto . Neste momento, estamos a trabalhar para ver se conseguimos encontrar soluções para a construção da estrada de acesso”, frisou Matlombe.
O governante avançou que, neste momento, decorrem trabalhos para garantir que, ainda este ano, as referidas fronteiras sejam de paragem única, visando, essencialmente, desburocratizar todo o processo logístico.
“O objectivo é reduzir o tempo de espera, basicamente, ao nível da fronteira, e permitir que o serviço logístico seja muito mais eficiente e haja menos intervenção humana. A ideia passa por garantirmos a redução, sobretudo, de custos para os operadores logísticos. Esse é o maior objectivo com a construção da fronteira de paragem única”, explicou.
Adiante, Matlombe indicou que, “neste momento, como devem imaginar, a logística ou a intervenção administrativa é feita tanto do lado de Zimbabwe como do lado de Moçambique”
Por isso, precisou, “com a entrada ou com a construção da fronteira de paragem única, haverá uma interligação dos sistemas que permite que, basta haver uma intervenção da África do Sul, não haja necessidade de voltar a fazer o mesmo processo aduaneiro do lado de Moçambique.”
“Acreditamos que, com o esforço que estamos a realizar, agora, em coordenação quer com os investidores interessados quer com o esforço do próprio Município da Beira, ainda este ano vamos apresentar uma solução. Portanto, a questão do acesso é urgente. Não é uma questão que nós podemos continuar a adiar. Infelizmente, temos vários parceiros interessados nesta questão do acesso ao Porto da Beira.
Sobre a conferência, que reúne pensadores e actores da cadeia logística de transporte, Matlombe indicou que esta é umas das melhores plataformas de intercâmbio e cooperação no sector em África.
“Este diálogo contribuirá, fortemente, para consolidar o corredor da Beira, enquanto rota logística, competitiva, integrada e sustentável, valorizando, assim, a cooperação com o sector privado, para consolidar e rentabilizar toda a cadeia de valor logístico.”
O evento, promovido pela Cornelder de Moçambique, visa, por outro lado, contribuir para um sistema de transporte mais integrado, eficiente e resiliente.
” No âmbito do plano de investimentos em curso, o Governo de Moçambique está a levar a cabo uma estratégia ambiciosa que visa assegurar a reabilitação intensiva de estradas e ferrovias nos corredores da Beira, Maputo e Nacala, e a modernização das infraestruturas portuárias em estreita parceria com o setor privado.”