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“A sustentabilidade só é possível quando há inclusão”

A antiga Primeira-Minitra de Moçambique, Luísa Diogo, o PCA da ENH, Omar Mithá e o reitor da Universidade Eduardo Mondlane, Orlando Quilambo, debateram a “Inclusão Social como alavanca para o Desenvolvimento Sustentável” no segundo grande Fórum MOZEFO, esta quarta-feira.

Segundo a antiga Primeira-Ministra, a inclusão social é crucial para que o desenvolvimento seja mais rápido e sustentável. Diogo considera que  só se pode construir uma sociedade de forma inclusiva, se houver garantia de participação de todos.

Para a antiga governante, o processo de inclusão não é acrescentar, mas integrar o diverso e formar um só, na diversidade. Por isso apontou três alavancas para o desenvolvimento sustentável: a transição geográfica, a questão de género e a diversidade de ideias e opiniões.

Aponta a transição geográfica como uma questão que deve ser devidamente planificada, pois à medida que a população vai crescendo, o desafio torna-se maior. “O desafio na inclusao não é a distribuição de riquezas de hidrocarbonetos, mas na saúde, educação, acesso ao emprego para jovens. Devemos começar a planear de forma mais cuidadosa”.

Quanto à questão do género, defende que a inclusão não deve ser vista como solidariedade, mas como necessidade, pois que a percentagem de mulheres no país é superior à dos homens. Para o efeito, aponta o conhecimento como factor-chave: “O acesso ao conhecimento é fundamental para a mulher, para que seu empoderamento e inclusão aconteçam, mas isso não acontece num dia, acontece em gerações, com programas holísticos, organizados e focados para obter os resultados”, referiu.

Foi categórica em relação à diversidade de ideias: “fazem com que, ao abrirmos espaço para que se manifestem, abrimos espaço para que a pessoa se sinta incluída”. Falou da promoção do pluraliso de ideias: “Cria iniciativas. Quando a pesssoas têm a liberdade de pensar, dar sua opinião e debater ideias”, defendeu para sustentar que tais actos enriquecem e fortalecem a agenda de denvolvimento de um país

Diogo defendeu ainda que a sustentabilidade só é possível quando há inclusão, o que requer eleboração de políticas inclusivas para o desenvolvimento do país.

Omar Mithá também destacou a importância da inclusão social. Para si, o acesso às oportunidades, sobretudo na área de hidrocarbonetos, é fundamental, contudo diz ser imprescindível a aposta no conhecimento e boa governação. “A governação deve ser forte para que a riqueza dos hidrocarbonetos diversifique a economia”, e defende a fiscalizacao da despesa pública.

A educação é apontada como factor indispensável para o desenvolvimento de um país. Nesta perspectiva, o reitor da maior e mais antiga universidade do país referiu que a instituição que dirige tem garantido uma participação equilibrada, tanto na questão geográfica quanto do género. “Estamos a contribuir para que mais moçambicanos se possam beneficiar de conhecimento”, disse Quilambo.

No debate, moderado por Olívia Massango, Administradora de Informação e Jeremias Langa, Administrador de Conteúdos, ambos do Grupo Soico, Orlando Quilambo destacou que um dos papéis da UEM é garantir que os estudantes nao saiam da academia com a mesma forma de pensar.

Moçambique é um país rico em recursos, dos quais há grandes expectativas para a recuperação da economia nacional, contudo, existem riscos e exemplos de países com mesma ou mais riquezas, mas que não atingiram as metas desejadas. Para que semelhante situação não ocorra, o PCA da ENH defende um sistema de governação transparente, com espírito de prestação de contas.

Porque o tema central do debate é a inclusão, Luísa Diogo, referiu ser um fenómeno que deve ser induzido, pois não é espontâneo e sobre a aposta nas mulheres, defendeu com seu exemplo: “Cheguei onde chegeui, porque fui dada a mesma oportunidade que foi dada os rapazes em casa”.

Outro grupo que merece especial atenção no que concerne à inclusão é a juventude. É preciso dar espaço aos jovens, defende Diogo, apontando os perigos da exclusão. “Não é a exclusão que cria o conflito, mas cria aderência ao conflito. O jovem quando não é bem aproveitado, torna-se força negativa”, disse.
 

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