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A odisseia de Janfar Abdulai pelo Ministério dos Transportes…

Foto: O País

Foram dois anos e meio de governação marcados por acidentes de viação graves e problemas na emissão de cartas de condução. Entretanto, conseguiu cumprir a promessa de adquirir 80 autocarros movidos a gás para a região metropolitana de Maputo.

Então ilustre desconhecido, Janfar Abdulai assumiu a pasta dos Transportes e Comunicações, no início do segundo mandato de Filipe Nyusi para substituir Carlos Mesquita. Encontra um sector dos transportes já debilitado e com problemas crónicos, mesmo assim, não deixou de ser optimista.

“Fomos nomeados para responder aos anseios da população e não podemos defraudar essas expectativas e, nesse mandato, faremos de tudo para servir o nosso povo”, disse no dia da sua tomada de posse.

Na sua primeira visita como ministro, escalou os Aeroportos de Moçambique e o optimismo estava lá.

No segundo ano da sua governação, o país é colhido pela tragédia de Maluana que fez 32 mortos e 27 feridos, despindo fragilidades no sector. Face a esse cenário, Janfar fez promessas de ampliar a EN1 e sai sem concretizar esse sonho.

Na sequência da tragédia de Maluana, Janfar Abdulai demitiu a então directora-geral do Instituto Nacional de Transportes Rodoviários e o director nacional de Transportes e Segurança, duas entidades que eram responsáveis pela garantia da segurança rodoviária.

Entretanto, as demissões não surtiram efeitos, porque, quatro meses depois, mais um acidente de viação em Manhiça matou 17 pessoas.

Enquanto os moçambicanos se refaziam das tragédias da Manhiça, no início de 2022, mais um acidente rodoviário volta a chocar os moçambicanos. Desta vez, ocorreu no distrito de Mopeia, província da Zambézia e matou 28 pessoas.

O início de 2022 foi marcado por mais problemas no sector. É que, o INATRO rescindiu contrato com a Brithol Michcoma, entidade que era responsável pela produção das cartas de condução biométricas, o que provocou o caos. O ano está a meio e, até hoje, as cartas de condução biométricas não estão a ser impressas devido a desentendimentos e uma dívida de 40 milhões de Meticais que o INATRO tem com a Brithol.

Porque o mal não vem só, mais dores de cabeça para o então ministro. Recentemente, falhas no sistema levaram a que o INATRO não imprimisse cartas de condução provisórias, o que gerou descontentamento para os utentes.

Mas nem tudo correu mal durante o seu mandato. Apesar de não se terem cumprido os prazos, Janfar Abdulai cumpriu a promessa de disponibilizar autocarros movidos a gás para a região metropolitana de Maputo, entretanto sai com dívida, pois, além dos 80, havia prometido outros 20.

Quem também foi afastada é Manuela Rebelo que ficou mais de 10 anos como vice-ministra dos Transportes e Comunicações. Rebelo, que ascendeu à vice-ministra na era de Armando Guebuza, sobreviveu ao primeiro mandato de Nyusi e às remodelações do seu segundo mandato.

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