O Óscar de Melhor Filme foi entregue a 'The Shap[e of Water' ('A Forma da Água'), realizado por Guillermo del Toro. O filme tinha 13 nomeações e conseguiu quatro Óscares, sendo, mesmo assim, o vencedor da noite de Óscares, em Los Angeles, escreve o Notícias ao Minuto.
O filme conta a história de Elisa (Sally Hawkins), uma empregada de limpeza que trabalha num laboratório científico com fins militares, em Baltimore. Tendo como pano de fundo a Guerra Fria (o filme tem lugar em 1962), o coronel Stickland (Michael Shannon) leva para o laboratório uma criatura humanóide capturada no Amazonas para que os seus poderes sejam usados contra a URSS. No entanto, a inocente Elisa acaba por se aproximar do anfíbio, com quem desenvolve uma relação próxima, e vai tentar salvá-lo do que parece ser a inevitável dissecação. No laboratório, um dos cientistas (Michael Stuhlbarg) é também um espião russo.
Este romance carrega todas as características de um bom filme de Guillermo del Toro: um conto de fadas negro como veículo de dramas humanos, uma personagem central doce ao serviço de uma história trágica. Traços que vimos na obra-prima em forma de fábula história que é ‘El Laberinto del Fauno’ (2006), a primeira nomeação para Óscar do realizador (Melhor Argumento Original), e sem dúvida o pináculo da sua marca, que é o equilíbrio entre inocência e a escuridão.
‘The Shape of Water’ recupera o autor de ‘O Labirinto do Fauno’ (2006), entregue há algum tempo a projetos de outras aspirações, mais comerciais, embora não com a mesma eficácia do primeiro. Este filme era um projeto desejado há muito pelo realizador mexicano, uma espécie de homenagem ao clássico ‘O Monstro da Lagoa Negra’ (1954), mas que sofreu algumas mudanças de planos. Talvez, por isso, tenha resultado numa história melhor preparada.
A longa-metragem de Guillermo del Toro descreve o romance entre um monstro e uma donzela, sendo que tanto um como outro não são nada tímidos em relação à sua sexualidade, uma combinação polémica de fantasia e filme para adultos que não entranharia, no papel, junto dos conservadores membros da Academia.