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A 264 horas do Afrobasket: “não é a preparação que nós desejávamos”

O seleccionador nacional da selecção sénior feminina de basquetebol, Carlos Aik, diz que, apesar de a preparação para o Afrobasket estar a decorrer a um bom ritmo, não é a que desejava. O técnico aponta o arranque tardio dos trabalhos como uma das causas.

A 216 horas ou se quisermos a 11 dias do Afrobasket, competição na qual Moçambique já tem lugar cativo, a selecção nacional sénior feminina de basquetebol corre contra o relógio, tudo na tentativa de recuperar o tempo perdido.

Recuando a fita, imbróglios e incertezas marcaram boa parte da etapa inicial da preparação do combinado nacional para esta importante prova a nível do continente africano, com as atletas a não se fazerem aos treinos, devido ao não pagamento de alguns subsídios por parte da Federação Moçambicana de Basquetebol (FMB).

Desinteligências à parte, a verdade é que as atletas já trabalham às ordens de Carlos Aik. O seleccionador nacional considera que, apesar de a preparação estar a correr bem, não é a que desejava. O experiente treinador recorda que os trabalhos deveriam ter começado em Maio, algo que não se efectivou, devido, ao que disse, por motivos que já não são chamados à colação.

“As atletas estão motivadas e empenhadas no trabalho. Para nós, como equipa técnica, isso é o que importa neste momento”, começou por dizer o seleccionador nacional. Carlos Aik trabalha com uma mescla de jogadoras, entre a “velha guarda” e a nova vaga composta por atletas que ainda estão à procura de um lugar ao sol.

“Aquilo que me foi pedido pela federação foi que, sem perder alguma competitividade, era preciso começar aos poucos renovar a selecção. E é isso que temos tentando fazer. Algumas pessoas podem até terem estranhado o facto de grandes estrelas do basquetebol terem ficado de fora, mas tínhamos de tomar uma decisão em prol da renovação”, revela o técnico, ajuntando que neste momento a equipa técnica está a tentar fazer com que as atletas mais experientes comecem a transmitir a bagagem que têm as mais novas, de modo a se ter uma equipa competitiva.

Em relação aos objectivos do combinado nacional na presente edição do Afrobasket, cuja fase final vai decorrer de 28 de Julho a 6 de Agosto, em Kigali, no Ruanda, Carlos Aik diz que é preciso superar o quinto lugar registado na participação passada.

“Moçambique é por hábito na selecção feminina uma das que sempre ocupa lugares de pódio. Estamos a lutar para isso e faremos o impossível para conseguirmos alcançar esse desiderato. Merecemos sair desta competição com o nome do país bem dignificado”, perspectiva Carlos Aik.

O DESEJO DE ALCANÇAR O PÓDIO

Experientíssima e com uma folha de serviços devidamente autenticada, Odélia Mafanela é uma das poucas atletas da “velha guarda” que ainda resiste aos encantos da bola ao cesto. A atleta do Ferroviário de Maputo vai, mais uma vez, como o fez tantas outras, vestir as cores nacionais no Afrobasket.

“Estamos a trabalhar no sentido de melhorarmos a nossa prestação no último Afrobasktet. Moçambique tem uma história, que de 10 em 10 anos tem estado no pódio. Em 2003 terminamos a prova na segunda posição. Em 2013 também ficamos em segundo. Esperamos nós que este ano possamos conquistar a prova”, recorda Odélia Mafanela.

De longe uma das promissoras atletas da actualidade, Stefânia Chiziane só pensa em objectivos colectivos, os quais passam por colocar o país no topo.

“O nosso objectivo é de fazer um bom campeonato e, por via disso, melhorarmos a prestação da edição passada. Estamos unidas e motivadas, até porque todas partilhamos o mesmo sonho. Vencer é a nossa palavra de ordem”, acredita Chiziane.

AS AMBIÇÕES PREVALECEM

Roque Sebastião mantém a sagrada esperança de que a selecção nacional poderá fazer história no Afrobasket, competição que, por duas vezes, o país terminou no “quase”. Ou seja, na segunda posição, em 2003 e 2013.

“Na avaliação que nós fizemos relativamente ao trabalho que foi desenvolvido até hoje pela equipa técnica e entrega das jogadoras, faz-nos reiterar que as nossas ambições prevalecem. Pretendemos estar no pódio no Ruanda, facto que nos irá possibilitar qualificarmo-nos ao pré-olímpico”, explica o presidente da FMB.

O dirigente avança que há uma corrente de preparação à volta do desejo de vencer, na mesma proporção que garante que a selecção nacional tem condições para chegar a esse nível.

“Há muita envolvência por parte de todos os intervenientes, desde atletas, treinadores e pessoal de apoio. Isso leva-me a acreditar que as condições para triunfarmos estão devidamente criadas”, acredita o dirigente.

No que diz respeito à logística, Roque Sebastião diz que as condições estão acauteladas, tendo em que há algumas empresas que se predispuseram a apoiar a selecção nacional.

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