Moçambique piora pelo terceiro ano consecutivo no Índice de Percepção da Corrupção da Transparência Internacional. Os investigadores do Centro de Integridade Pública aliam a queda a questão das dívidas ocultas.
Tanto no índice global, no continente africano, entre os países da África Austral, assim como nos lusófonos, Moçambique registou quedas no índice de corrupção, indica o mais recente relatório da Transparência Internacional.
A queda é pelo terceiro ano consecutivo, com o Centro de Integridade Pública a associar a derrapagem no ranking às chamadas “dívidas ocultas”. Desde 2016, ano em que se despoletou o escândalo da dívida pública, o país tem vindo a registar quedas acentuadas.
Neste momento, Moçambique caiu quatro posições, ocupando o lugar 161, num total de 183 países.
Entre os países da SADC, Moçambique também, registou uma queda em 2018, quando comparado com a avaliação do ano anterior, ao cair do 10° lugar para a posição 11, trocando de posição com Madagáscar.
Já entre os países falantes de língua portuguesa, Moçambique manteve a mesma posição de 2017.
Na totalidade dos 51 países africanos avaliados, o país quedou-se para o trigésimo nono lugar, menos duas posições que em 2017, abaixo de Madagáscar e acima do Zimbabwe.
Perante este cenário, o CIP defende uma profunda reflexão acerca das acções que o Governo tem levado a cabo no combate a corrupção.
“É preciso avaliar a seriedade dessas medidas e o impacto que as mesmas possam estar a alcançar. Enfim, pelos números que se observam, ao longo dos três últimos anos de avaliação, existe um falhanço total entre o discurso político e as medidas concretas visando reduzir a corrupção e os seus efeitos na sociedade moçambicana”, refere o CIP.
No ranking global, a Dinamarca aparece como o melhor posicionado e Somália é o pior país em termos de corrupção.