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RD Congo aguarda resultados com tensão

Centenas de polícias anti-motim foram hoje mobilizados na sede da comissão eleitoral da República Democrática do Congo a algumas horas para o anúncio dos primeiros resultados eleitorais. Os residentes de Kinshasa, capital da RD Congo, dizem que a presença pesada das forças de segurança é um mau sinal.

“Pode ser uma mensagem de que o anúncio dos resultados eleitorais não irá de acordo com as expectativas do povo congolês”.

A República Democrática do Congo votou no dia 30 de Dezembro último o possível sucessor do presidente Joseph Kabila, quem mantem o apoio a Emmanuel Ramazani Shadary que está sob sanções da União Europeia.

Martin Fayulu, candidato da oposição que esteve a liderar a sondagem, apelou para o anúncio dos resultados verdadeiros o mais rápido possível e avisou que “não se deve brincar com fogo, pois é muito perigoso”.

Em Pretória, o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa e o seu homólogo Edgar Lung mantiveram hoje um encontro, tendo apelado à CENI para divulgar rapidamente os resultados para se manter a estabilidade.

Semana passada, a África do Sul, velho aliado de Kabila, juntou-se a Rússia e China no Conselho de Segurança da ONU em comunicado, apoiando o processo eleitoral, mas criticou o governo congolês de ter cortado internet para prevenir especulações de resultados pelas redes sociais.

A Comissão anunciou, ontem, que havia iniciado uma “série de avaliações e deliberações, de modo a permitir a publicação dos resultados das eleições presidenciais”.

Uma fonte da CENI e um diplomata disseram que esperam que os resultados sejam anunciados no final da quarta-feira. Entretanto, outro diplomata diz que nem todas as assembleias de voto foram contabilizadas, por isso os resultados poderiam ser anunciados na quinta-feira.

Os residentes de Kinshasa abandonaram as suas actividades normais, alguns pais mantiveram as suas crianças em casa fora das escolas. Muitas pessoas inundaram as ruas da cidade Goma, depois do rumor de que o anúncio dos resultados era iminente.

“Todas as pessoas… votaram contra o governo. Nós estamos preparados para exigir a vitória caso nos seja roubada”, disse Augustin Bujiriri, um estudante de 25 anos, morando em Goma.

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