Localizado numa região instável de África e com vizinhos também na mesma situação, o Níger é um país que tem enfrentado dificuldades na área da saúde e da vacinação em particular, disse nesta terça-feira, o presidente daquele país Mahamadou Issoufou.
“Temos desafios de vária ordem como climáticos, demográficos e de segurança. Todos esses desafios agudizam-se diariamente. Temos ameaças, nas fronteiras do Mali, Líbia e com outros países que nos circundam. A questão da segurança tem vindo a roubar parte da nossa atenção. Temos estado a fazer investimentos de 20% para garantir a nossa segurança territorial, mas se não estivéssemos nessa situação esse dinheiro poderia ser usado em outras áreas como a saúde. A questão da segurança tem levado as populações a sair das suas regiões de origem. Falamos de homens, mulheres e crianças e isso exige de nós, muito esforço”.
Apesar desses desafios, o governo do Níger diz estar a fazer esforço no sentido de atingir a meta de alocar 10% do orçamento para o sector da saúde. Por seu turno, a ministra da Cooperação Internacional dos Emirados Árabes Unidos falou do segredo por detrás daquele país ser um dos que tem menor taxa de mortalidade infantil no mundo. “Os objectivos estavam claros desde o início, sempre lutamos para reforçar o sector da saúde em estreita colaboração com os países da região”, destacou Reem Al Hashimy.
Para PCA da Gavi, o sector da saúde só pode desenvolver se os países investirem igualmente em outros sectores como energia. “É impossível pensar a saúde sem falar de outros sectores. Se não há energia não teremos como conservar as vacinas. Quando falo de energia, também me refiro a questão do saneamento do meio entre outras questões que se não serem tomadas em consideração, não iremos lograr os nossos objectivos”, disse.
Recorde-se que a Conferência da Aliança Global de Vacinas terminou esta terça-feira e juntou em Abu Dhabi, governos, membros da sociedade civil e representantes da indústria farmacêutica.