Arranca, esta terça-feira, em Nova Iorque, a 77ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), com atenções concentradas na crise internacional desencadeada pela invasão russa na Ucrânia. O tema para esse ano é “Um momento decisivo: soluções transformadoras para desafios interligados”, escreve a imprensa internacional. O encontro pretende focar em soluções conjuntas para as crises actuais, como a pandemia de COVID-19, a guerra na Ucrânia, o impacto das mudanças climáticas, e as crescentes ameaças à economia global.
Após dois anos em formato virtual e híbrido devido à COVID-19, esta nova sessão da Assembleia Geral decorrerá de forma totalmente presencial, apesar de a pandemia ainda marcar o quotidiano em várias partes do mundo, e estar no radar das discussões previstas para o evento.
Entre as figuras políticas, segundo o Notícias ao Minuto, estão o presidente norte-americano, Joe Biden, o Chefe de Estado do Brasil, Jair Bolsonaro e o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov.
Apesar de o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, não deixar o seu país para se deslocar a Nova Iorque, as Nações Unidas autorizaram que faça um discurso pré-gravado na sessão de alto nível, uma exceção à exigência de que todos os líderes falem pessoalmente.
Portugal estará representado pelo primeiro-ministro, António Costa, que se deslocou a Nova Iorque para participar na Assembleia Geral pela segunda vez desde que é líder do executivo português, escreve o Observador.
Apesar da tentativa de restabelecer a normalidade pós-pandemia, o funeral da Rainha Isabel II alterou a ordem habitual dos trabalhos, uma vez que vários chefes de Estado e de Governo tiveram de alterar as suas viagens para poderem comparecer às cerimónias fúnebres em Londres e depois deslocarem-se para Nova Iorque. Um desses casos é o dos Estados Unidos, país anfitrião do evento.
A abertura da 77.ª Assembleia Geral ocorre num momento em que o planeta é assolado por crises em várias frentes: guerra russa na Ucrânia, as crises alimentar, energética e climática, as tensões entre China e Estados Unidos ou questões nucleares.
Contudo, espera-se que a invasão da Ucrânia seja mesmo o tema dominante, até por ter sido levada a cabo por um membro permanente do Conselho de Segurança, importante órgão da ONU cujo mandato é zelar pela manutenção da paz e da segurança internacional, e que acabou por desencadear uma crise de confiança sobre as próprias Nações Unidas.
“É por isso que a próxima semana é tão crítica. Acreditamos que este é um momento para defender as Nações Unidas e demonstrar ao mundo que ela ainda pode enfrentar os desafios globais mais prementes do mundo”, disse na sexta-feira a embaixadora dos Estados Unidos junto da ONU, Linda Thomas-Greenfield, apontando como prioridades principais da Assembleia Geral abordar a insegurança alimentar global, promover a saúde global e “defender a Carta da ONU para moldar o futuro das Nações Unidas”.
BRASIL ABRE DEBATE DA ASSEMBLEIA GERAL DA ONU SOBRE SOLUÇÕES E DESAFIOS
Seguindo a tradição na ONU, o Brasil será o primeiro país a discursar na Assembleia Geral da ONU, através do Presidente, Jair Bolsonaro, na manhã desta terça-feira, numa altura de campanha interna, a menos de duas semanas para as eleições de 2 de Outubro.
Os Estados Unidos, de acordo com a ONU News, se apresenta em segundo lugar na abertura do, mas que só discursará na quarta-feira devido à presença do chefe de Estado, Joe Biden, no funeral da monarca britânica.
O único orador autorizado a falar por videolink, pré-gravado, é o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.