Houve registo, hoje, de tumultos no Município de Gondola. Vendedores do Mercado Feira Local colocaram barricadas na Estrada Nacional Número Seis em contestação à decisão da edilidade de os tirar do seu local de venda para outro, próximo de um cemitério. Para dispersar os manifestantes, a Polícia foi obrigada a disparar para o ar.
A confusão foi instalada porque, há cerca de dois anos, o Conselho Municipal de Gondola retirou os vendedores do Mercado Feira e indicou um local próximo ao cemitério para passarem a desenvolver as suas actividades.
O município justificou a retirada dos vendedores com a necessidade de se erguer um novo mercado. De lá a esta parte, a promessa não passou do papel. Cansados de esperar, os vendedores regressaram ao antigo mercado e o Conselho Municipal de Gondola não teve meias medidas, destruindo as bancas para a insatisfação dos vendedores.
“De repente, chegamos aqui e ficamos assustados com os tiros disparados pela polícia. Não sabemos o que está a acontecer. Nossa vida está lá no mercado. Não temos emprego e dependemos deste negócio. O que vamos comer?”, questionou um dos vendedores que não quis ser identificado.
Os vendedores mostram-se agastados com o Município pelo facto de, segundo dizem, não se terem aproximado para explicar o ponto de situação sobre o novo local para exercerem as suas actividades.
“Primeiro, podiam falar com a população e explicar que aquele que sabe que tem produtos no armazém deve sair. E aqueles que vão continuar a vender podem continuar. É preciso ter diálogo com o povo”, reclamou outro vendedor.
O “O País” contactou o presidente do Conselho Municipal de Gondola, Arlindo Ngozo, para perceber sobre a contestação dos vendedores.
“Queremos, primeiro, atribuir razão aos vendedores. Na verdade, nós havíamos prometido a construção e requalificação do novo mercado. Houve um atraso da nossa parte, em virtude da empresa contratada não cumprir com aquilo que são os prazos”, defendeu-se Arlindo Ngozo, acrescentando que já existem soluções para se ultrapassar o braço-de-ferro. “Já temos uma nova empresa que é a Soares da Costa e, dentro das próximas 48 horas, haverá mobilização do estaleiro para o reinício da requalificação e modernização do mercado”, assegurou o edil de Gondola.
A situação normalizou-se depois, com as viaturas a circularem na EN6 sem condicionalismo e o trânsito a fluir.