Mais visitantes, mais dinheiro para o Estado! É que cada estrangeiro que solicita um visto de fronteira paga 3 mil meticais (USD 50) ao Serviço Nacional de Migração.
Neste caso foram 53 318 estrangeiros que de Janeiro a Setembro vieram ao país, o que equivale encaixar 156.3 milhões de meticais (USD 2.6 milhões) aos cofres do Estado.
Este número de estrangeiros que visitaram Moçambique nos primeiros três trimestres do ano, representam um aumento em 55 por cento em comparação com igual período do ano passado.
São dados que, na verdade, vão de encontro ao objectivo do Governo moçambicano ao criar o visto de fronteira no ano passado. Aliás, segundo Cira Fernandes, porta-voz do SENAMI, “na sua maioria, os cidadãos estrangeiros apresentaram a prática do turismo como sendo a principal motivação de entrada e solicitação do visto de fronteira”.
Este documento dá possibilidade de o estrangeiro entrar duas vezes ao país com possibilidade de ficar um máximo de trinta dias. Com isto, o governo pretendia aumentar o número de turistas que procuram Moçambique.
O valor que o Estado arrecadou com a entrada dos mais de 53 mil estrangeiros poderia ser acima dos 156.3 milhões de meticais. Não fosse o facto de 381 estrangeiros não terem explicado com clareza o motivo de quererem visitar Moçambique e, por isso, acabaram vendo seus pedidos de visto recusados pelo SENAMI.
Cira Fernandes explica que a recusa não foi a única medida tomada contra estes, sendo que “o SENAMI, além de ter recusado a concessão do visto e consequentemente recusado a entrada no país destes cidadãos, também procedeu-se o seu reembarque nos voos das mesmas companhias transportadoras que os trouxeram, de modo a retornarem ao país de proveniência”.
Existindo, no total, 56 postos de travessia ao longo de todo o país, 44 podem conceder vistos de fronteira.
Destes, destacam-se três deles, nomeadamente, Aeroporto Internacional de Mavalane, com 23 075 emissões, fronteira de Ressano Garcia com 6 354 emissões e, finalmente, Aeródromo de Vilanculos, em Inhambane, com 3 795 emissões de vistos de fronteira.
E em termos de receitas do turismo internacional, em 2017, o país registou cerca de 150,5 milhões de dólares Americanos, de acordo com dados do Ministério da Cultura e Turismo.
Serviço Nacional de Migração registou movimento nos postos de travessia de 344.483 viajantes nacionais e estrangeiros. Este número é oito por cento mais baixo quando comparado com o registado em Setembro de 2017.
Segundo dados disponibilizados ontem pelo SENAMI, os moçambicanos é que mais atravessaram as fronteiras de Moçambique (39%), seguido de viajantes do Malawi (18%), África do Sul (10%) e Zimbabwe (9%).
Estes viajantes usaram as fronteiras de Ressano Garcia, na província de Maputo, Cuchamano, em Tete e Machipanda em Manica.