Nova no país, mas altamente devastadora para a cultura de milho. A lagarta do funil de milho foi detectada em Moçambique no ano passado e já na campanha agrária 2017/2018 consumiu 46 mil toneladas de milho. Esta quantidade corresponde aos dois porcento das 2.3 milhões de toneladas, produção total prevista para aquela campanha.
Comercializadas, essas quantidades perdidas, poderiam ser convertidas em 469 milhões de meticais, de acordo com a explicação de Pedro Dzucula, director nacional da Agricultura e Silvicultura.
O sector da agricultura entende ser urgente que se intervenha no combate à praga, tendo em conta que a mesma tem capacidade de rápida propagação e multiplicação. Só para ter uma ideia, no ano passado, a descoberta da peste foi na zona sul do país, mas neste momento já se alastrou por todas as províncias do país. “Então, significa que se nós não fizermos o controlo poderá duplicar ou triplicar o impacto na produção”, argumentou.
Dzucula revelou ainda que o Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar já teve de despender 18 milhões de meticais no combate a esta peste só na campanha passada. Contudo, o investimento foi aquém do necessário, por isso não surtiu os efeitos esperados.
“Sentimos que teríamos gasto mais, mas isto foi o que nós conseguimos mobilizar. Neste contexto, o esforço é termos mais recursos financeiros para podermos estar preparados para o arranque da próxima campanha”, explicou Pedro Dzucula.
O director nacional de Agricultura e Silvicultura falava no seminário sobre maneio e controlo da lagarta do funil de milho nas condições do sector familiar. O encontro é organizado pelo Ministério deste peloiro em colaboração com a Agência Brasileira de Cooperação. O objectivo é o combate a esta peste, actualmente considerada a maior devastadora da cultura do milho no país.
Sendo a lagarta do funil de milho originária das regiões tropicais e subtropicais do continente americano, estão presentes no encontro especialistas destes países e que deverão passar sua experiência aos moçambicanos.
Organizações como a FAO, USAID e ABC também participam do seminário. A ideia de convidar estas organizações é que “estes parceiros podem ajudar na mobilização de recursos necessários para a aquisição de pesticidas de forma a eliminar a praga sem prejudicar a biodiversidade”.
Pedro Dzucula revelou que, de forma pontual, a intervenção que tem vindo a ser feita é através de produtos químicos, mas reconhece que estes são prejudiciais ao meio ambiente.