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‘Choriro’ de Ungulani ba ka Khosa traduzido para mandarim

Obra literária de Ungulani ba ka Khosa vai chegar aos leitores chineses depois de um acordo assinado com o autor.

Em 2015, Ungulani ba ka Khosa lançou o romance Choriro pela Sextante de Portugal (do Grupo Porto Editora). Seis anos depois de ter sido lançado no país (Alcance Editores, 2009), o livro do escritor ultrapassou fronteiras nacionais, exportando, desse modo, todo um imaginário para outras geografias.

Agora, a boa notícia chega do Oriente. A editora chinesa Jiangsu Phoenix Literature and Art Publishing acaba de assinar um acordo de tradução e edição, para o mandarim, com Ungulani ba ka Khosa e com a portuguesa Porto Editora.

Referindo-se à novidade, esta segunda-feira, Ungulani ba ka Khosa admitiu estar satisfeito por saber que as suas personagens do Vale do Zambeze vão falar mandarim. “Mas o que mais me  alegra é o facto de a nossa Cultura maiúscula entrar por esse Oriente que acolhemos neste espaço Índico durante séculos. A nossa vocação para o Oriente é não só geográfica, mas, acima de tudo, cultural. E quando o intercâmbio  se  estabelece, de facto, alegra a qualquer um de nós; e a literatura sai a ganhar com isso”.

Com a tradução para o mandarim, acredita o autor, Luís António Gregódio, também tratado por Nhambezi, personagem central da história, sai das fortificações do seu estado militar e passa a apreciar a grande muralha da China, falando com as populações locais em mandarim. Logo, “com esta tradução, o Vale do Zambeze ganha a merecida internacionalização”.

O romance Choriro é uma história de Gregódio, um português que, devido às suas virtudes, destaca-se no seio das altas sociedades do Vale do Zambeze, no Centro de Moçambique.

A ficção de Ungulani ba ka Khosa mergulha no passado de Moçambique e de lá extrai histórias incríveis, introduzindo sempre o leitor no contexto da civilização do Vale do Zambeze de há alguns séculos. Dessa maneira, captam-se o modus vivendi, entre o místico, o insólito e a tradição. De igual modo, Choriro é um cruzamento entre povos africanos e europeus, demonstrando que as influências culturais não foram unilaterais.

Com o acordo de tradução para uma das línguas com mais falantes em todo o mundo, com efeito, a arte e a cultura moçambicanas poderão ser lidas por milhões de chineses.

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