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“Derramou fuel” em Nacala e Petromoc minimiza impacto

Em Nacala, uma conduta antiga que transportava combustível teve uma folga num ponto de junção, tendo permitido o derrame de uma quantidade considerada ínfima de “fuel oil”. A Petromoc minimiza o dano, mas aguarda melhor avaliação de especialistas.

A região de Nacala, parte costeira da província de Nampula, comporta um dos maiores terminais oceânicos de combustível na zona norte do país, com capacidade para armazenamento de 43 milhões de litros de combustível (em três tipos), pertencente à empresa pública Petromoc.

Esta segunda-feira, a equipa, que faz a vigilância ao longo da conduta de transporte de combustível, constatou que a tubagem estava a derramar pequenas quantidades de combustível que, arrastado pelas águas negras, ia dando ao mar, formando uma camada negra. A equipa da Petromoc fez-se presente ao local e constatou tratar-se de uma conduta do tempo colonial que, há 20 anos, deixou de ser utilizada.

“Descobrimos que não se tratava da nossa tubagem que leva combustível e que está em uso neste momento, mas sim uma tubagem da era colonial que transportava, na altura, o fuel oil e essa tubagem já foi descontinuada há mais de 20 anos, não posso precisar o ano concreto. Agora, em termos de causas, vamos deixar que uma equipa mista se aproxime para poder-se fazer um trabalho conjunto para se apurar o que terá acontecido”, explicou Frenque Panguene, superintendente Terminal Oceânico de Nacala.

“Fuel oil” é um combustível líquido preto que até à década de 80 era utilizado para os geradores da central eléctrica da Electricidade de Moçambique localizada a escassos metros do local da ruptura e também era usado numa mistura química para fazer o chamado “marine diesel” para o abastecimento dos navios.

Por enquanto, desconhecem-se as causas do incidente e também as consequências para a vida marinha ou mesmo para os ecossistemas ao longo da faixa afectada por este combustível.

“Só podemos salientar neste momento que a mistura de fuel e água é heterogénea, logo não há diferença de densidade; o fuel flutua por cima e sempre que a onda da maré bate fica na extremidade”, tranquilizou, mas deixando reserva para melhor avaliação dos peritos que, dentro de dias, se farão ao terreno.

O caso levantou um grande alarme, porque, há pouco mais de duas semanas, uma quantidade considerável de gasóleo deu-se à Baía de Pemba, estando ainda em investigação a causa do derrame.

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