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Reduzem internamentos por COVID-19 no HCM, mas preocupação continua

Parece que a COVID-19 já começou a dar tréguas! É que tendem a reduzir os casos de internamentos de pacientes com a COVID-19 no centro transitório do Hospital Central de Maputo (HCM). Nos últimos dois dias, os números caíram de 140 para 76 internamentos.

Segundo a responsável do centro de isolamento do HCM, Lúcia Chambal, a unidade que dirige viveu dias para esquecer, por conta do aumento de casos diários que o país registou nas últimas semanas, que ditaram, também, o número de novos internamentos.

Assim, conforme explicou a médica, todos os outros hospitais, como por exemplo o centro de isolamento da Polana Caniço, começaram a registar uma lotação “exagerada” de doentes e, por isso, o HCM teve de criar condições para o internamento de doentes com a COVID-19.

“Já tivemos uma média de 27 a 28 internamentos por dia, só aqui a nível do HCM. Aumentámos de forma rápida os espaços para o internamento de doentes. Houve necessidade de incrementar a capacidade de 46 para cerca de 140 camas e todas elas foram ocupadas até semana passada”, esclareceu.

Para fazer face à pressão, além das 46 camas que já existiam, houve acréscimo de duas tendas com capacidade para 20 camas. Foram acrescentadas, igualmente, duas enfermarias, totalizando mais de 140 leitos, para receber os doentes com a COVID-19.

Entretanto, o centro já começa a respirar de alívio, com a redução, nos últimos dois dias, das admissões. Por exemplo, da média dos 27 a 28 internados, os números caíram para a média de 15 a 18 internamentos por dia.

“Mas isso é variável! O número ainda não nos põe confortáveis, porque temos alguns doentes ainda internados e outros a serem admitidos, diariamente, e, neste momento, temos 76 internados”, disse Chambal.

Por conta da situação, a responsável do sector avançou que pelo menos cinco profissionais, que trabalham no centro em referência, foram infectados.

 

SERVIÇO DE URGÊNCIA DO HCM TAMBÉM FALA DE PRESSÃO COM 32 PROFISSIONAIS INFECTADOS

Se as últimas semanas foram para esquecer no centro de internamento da maior unidade sanitária do país, HCM, o mesmo pode-se dizer para o Serviço de Urgência do mesmo hospital.

É que as últimas três semanas foram “agitadas”, com o registo de mais de 500 atendimentos diários, contra a média de 250 a 300, na estação de inverno.

Segundo a directora do Serviço de Urgência (SUR) do HCM, Madalena Manjate, a situação deve-se, também, à terceira vaga.

“Vivemos essa pressão num momento em que também nos ressentimos da falta de pessoal, porque, infelizmente, tivemos 32 profissionais, entre médicos, enfermeiros, administrativos e agentes de serviço, infectados pela COVID-19”, explicou Manjate.

Apesar do registo de profissionais infectados, a responsável assegura que os mesmos estão bem e que não houve registo de nenhum internamento, tendo apresentado sintomatologia moderada.

Quanto aos doentes que procuravam pelos serviços do HCM, a grande maioria era transferida das unidades sanitárias privadas e das unidades sanitárias da periferia e, na sua maioria, queixava-se de infecções respiratórias, como gripes, constipações associadas às febres e dores de cabeça e dificuldades respiratórias.

“Todo doente que apresenta sintomatologia respiratória sugestiva, nós fizemos um teste respiratório imediato e o teste rápido da COVID-19. Caso o teste seja negativo, fazemos o segundo mais detalhado que é o PCR e grande parte testava positivo”, sublinhou a médica.

Apesar da aparente redução, as autoridades chamam atenção e dizem que a situação ainda pode piorar.

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