O Gabinete Central de Combate à Corrupção diz que a detenção dos 16 funcionários do extinto INATTER é resultado de dois anos de investigações. A directora do gabinete diz que os indícios da participação dos técnicos são fortes, facto que levou à sua detenção.
Cinco dias depois da detenção de 16 funcionários do extinto INATTER, o Gabinete Central de Combate à Corrupção, abriu o livro e falou sobre o assunto. A directora do Gabinete diz que a detenção dos agentes foi inevitável, pois há indícios fortes do seu envolvimento no crime de que são acusados.
“A detenção foi a medida de coação aplicada pelo tribunal e devemos esperar pelo desenvolvimento do mesmo”, iniciou a dirigente para depois esclarecer que: “é uma coincidência que esta informação tenha sido apresentada ao público depois da tragédia da Manhiça. Este processo está a decorrer há dois anos. O assunto foi despoletado através de denúncias anónimas e também através de um estudo efectuado e apresentado pelo Centro de Integridade Pública (CIP). O processo passou por vários estágios de investigação e, nesta semana, a equipa de magistrados e investigadores criminais que trabalharam no processo entenderam que havia lugar para a detenção dos implicados”, explicou Ana Gemo.
Num outro desenvolvimento, Gemo disse que a corrupção em entidades como o INATRO tem efeitos catastróficos, sendo por isso que os prevaricadores não devem ficar impunes.
“Esse tipo de acidentes pode mostrar o quanto a corrupção tem efeitos negativos. Neste processo discute-se a questão da venda das cartas de condução a pessoas que não estão habilitadas. E são algumas dessas pessoas que aparecem a conduzir viaturas de transporte público, colocando várias vidas em perigo”, lamentou.
A directora falava, esta sexta-feira, em Maputo, à margem de um encontro que discutiu os efeitos da corrupção em África e em Moçambique em particular.