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Tráfico de órgãos gera mais “dinheiro sujo” no mundo

O tráfico de seres humanos, muitas vezes para recolha de órgãos para transplantação, é a segunda prática criminosa mais lucrativa, a seguir ao tráfico de armas, segundo a ONU.

Os números foram apresentados hoje, no seminário “Tráfico de órgãos humanos” que decorreu na Assembleia da República e que reuniu especialistas da área da saúde e da justiça.

A perita do Instituto Português do Sangue, Ana Pires da Silva, utilizou a expressão “turismo de transplantação” para ilustrar o caso dos doentes, ricos, que vão a outro país, por exemplo Paquistão, China ou Índia, comprar um órgão para que este lhe seja transplantado, abusando e vitimizando pessoas desfavorecidas, sem estudos e que vivem no limiar da pobreza.

Segundo Organização Mundial de Saúde, a Índia, Paquistão e China são os países onde há mais turismo de transplantação, locais onde pessoas desesperadas não se importam de mutilar o seu corpo e vender um órgão a troco de dinheiro.

Apesar de se desconhecerem casos na Europa de pessoas que vendem órgãos, os países europeus não estão imunes ao facto de cidadãos irem ao oriente fazer um transplante ilegal e muitas vezes perigoso.

O crime de tráfico de órgãos está, segundo organizações internacionais, entre os 10 crimes mais cometidos no mundo em 2015. “Entre 5% e 10% dos transplantes renais, por exemplo, são realizados através do comércio de órgãos.

O preço varia entre os 62 mil euros e os 140 mil euros”, disse Ana Pires da Silva, ressalvando que “o tráfico de órgãos é um capítulo negro da história da transplantação”.

 

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