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Crise de transporte pode ser minimizada com mais 100 autocarros

A Agência Metropolitana de Transporte de Maputo reconhece as fragilidades no serviço de transporte prestado em algumas rotas da área onde opera, com mais de três milhões de habitantes. Estes são servidos por 302 autocarros actualmente operacionais. A entidade anuncia a aquisição de mais 100 novos autocarros para todo país e, também, o arranque das obras do BRT, uma faixa exclusiva apenas para o transporte público na capital do país.

Em muitas paragens e terminais do transporte rodoviário do país, com destaque para principais cidades como Nampula, Beira, Matola e Maputo, nas paragens há registo de longas filas, enchentes e os passageiros ficam horas a fio à espera do transporte. Muitos queixam-se de atrasos para os seus compromissos, como é o caso de Orlando Chichava, trabalhador.

Ele foi interpelado pelo “O País” numa paragem para tomar carro. Disse que estava no local havia muito tempo à espera e já estava atrasado. “Quando os carros aparecem privilegiam as pessoas com trouxas. A situação não está boa e é isto que estão a ver”. O que Orlando narra e passa todos os dias ocorre igualmente a muitos cidadãos, incluindo estudantes.

Esta quarta-feira, a Agência Metropolitana de Transportes de Maputo convocou a imprensa para falar dos projectos em curso, que passam pela aquisição de mais autocarros e carros de transporte misto.

Mas é olhando para a realidade no terreno que António Matos, presidente do Conselho de Administração da Agência Metropolitana de Transporte de Maputo, que reconheceu as fragilidades no sector sob sua gestão.

“Queremos, em primeiro lugar, pedir desculpas aos nossos passageiros pela fraca qualidade dos nossos serviços em algumas rotas, com especial destaque para o problema das enchentes em certas paragens e terminais”, bem como  “excesso de lotação nas viaturas. Isto não é o que queremos, e não é para isto que nós estamos a trabalhar. Não estamos satisfeitos. O ano passado trabalhamos com o Governo no sentido de fazermos novos investimentos para adquirir 100 novos veículos de transporte público para todo o país”.

Na conferência de imprensa foi também anunciado o arranque do projecto do BRT previsto para o fim deste ano. Para a sua implementação são necessários 150 milhões de dólares norte-americanos, já garantidos pelo Banco Mundial.

“É um projecto do Banco Mundial, que terminará em Junho ou Julho do ano em curso. BRT é uma faixa exclusiva apenas para o transporte público. Prevê-se também intervenção em paragens e terminais e formação de operadores e funcionários dos municípios”, disse António Matos.

O interlocutor fazia-se acompanhar, no evento, pelos administradores da Agência Metropolitana e pelo presidente da Federação Moçambicana dos Transportes (FEMATRO).

A área metropolitana de Maputo tinha 402 autocarros, desde o início da implementação do chamado plano mil. Mas neste momento conta com 362 que estão a circular e a servir um universo de mais de três milhões de habitantes. Para conter a propagação da COVID-19, foram alocados 72 termómetros infravermelhos às cooperativas e canalizados materiais de desinfeção.

“Desde o início da pandemia até hoje [ontem] fizemos mais de três milhões de limpezas a mãos, 772 medições de temperatura corporal e desinfetados também autocarros em uso. Nessas acções foram gastos mais de um milhão de meticais”.

A área metropolitana de Maputo inclui as cidades de Maputo e Matola e os distritos de Marracuene, Manhiça, Boane, Namaacha e Matutuine, que compreendem 96 rotas e sete corredores.

Foram formados 352 novos motoristas e registados 174 mil passageiros para a bilhética eletrónica.

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