Oito milhões de meticais é o valor total da dívida dos clientes junto do Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Água (FIPAG), na província de Manica. A mesma resulta do consumo de água sem pagamento, grande parte da qual contraída por instituições públicas.
A revelação foi feita, semana passada, pelo director do FIPAG em Manica, Victor Tuacale, segundo o qual o valor em dívida compromete sobremaneira as actividades programadas pelo sector para este ano.
O director diz que as dívidas são um problema com impacto negativo para o sector, pois muitas actividades dependem da disponibilidade financeira. “O problema da dívida é muito sério, porque esse dinheiro podia ser aplicado também no melhoramento do sistema. O valor é muito elevado. Alguns bairros necessitam de mais água, porque a cidade está em processo de expansão. Cada dia temos novas zonas. Porém, há coisas que não podemos fazer, porque não temos fundos”, referiu
Na província de Manica, o FIPAG fornece água, para além da cidade de Chimoio, às vilas de Gondola e Manica, bem como aos postos administrativos de Messica e Bandula, beneficiando um universo de 281 991 pessoas, o que corresponde a 63 por cento de cobertura. Actualmente, tem 44 911 clientes, dos quais 43 753 domésticos, bem como 167 fontanários activos.
Durante o primeiro semestre deste ano, o FIPAG executou 1 030 novas ligações domésticas, de um total de 1 500 planificadas, e sete novos fontanários, em zonas não abrangidas pelos ramais integrados, sobretudo em locais que apresentam um relevo escabroso.
Segundo Tuacale, novas ligações fazem parte de um projecto de expansão da rede secundária nos bairros Agostinho Neto, Piloto Norte, bem como o melhoramento da pressão no sistema de distribuição em algumas artérias da cidade de Chimoio. Nestes dois bairros, foram lançados seis quilómetros de rede, no âmbito do projecto Water For Life, financiado pelo governo da Holanda
“A nossa meta é prover mais água à população. Neste momento, estamos bem, mas isso não nos deixa tranquilos, porque o desejo é ver mais pessoas a consumirem água potável. Por isso, estamos a trabalhar a todo o custo para ver se conseguimos cumprir aquilo que planificámos para este ano”, referiu Victor Tuacale.
“Onde não conseguimos colocar condutas integradas, abrimos fontanários. Referimo-nos a zonas onde o relevo se apresenta acidentado. Nos dois bairros, as actividades estão a ser suportadas pela Water For Life”, explicou o director.