Quatro cidadãos que supostamente praticavam mineração ilegal morreram, desde quinta-feira passada, numa área concessionada à Montepuez Rubi Mining, no distrito de Montepuez, em Cabo Delgado. Segundo a empresa, os garimpeiros ficaram presos durante deslizamentos de terra causados pela actividade
Há mais de dois meses, pelo menos 13 pessoas perderam a vida por conta da mineração ilegal.
Sobre a recente tragédia, a Montepuez Rubi Mining explica, em comunicado enviado ao “O País”, que foi informada sobre o primeiro caso no dia 26 de Março, pela comunidade de Ntoro, de que um mineiro ilegal havia sido enterrado no subsolo em consequência do colapso de um poço artesanal dentro da concessão de mineração da firma, na área conhecida como “Central”. Os mineiros ilegais terão recuperado o corpo e o levaram para a vila.
No dia seguinte, a mineradora diz ter tomado conhecimento de mais um desabamento, em “Krongolo Simba”, deixando outro mineiro ilegal preso fatalmente no subsolo. Os seus companheiros levaram o corpo para a área de serviço da mesma companhia chamada “Central”.
Outro caso foi no último domingo. De acordo com a mineradora, houve “colapso da terra” sobre um garimpeiro, o que resultou em morte. Essas informações foram relatadas à empresa por outros mineradores ilegais que se deslocaram para o campo “Sierra”, localizado dentro da sua concessão, “com o corpo recuperado”.
Já na segunda-feira, por volta da 13h30, outro corpo garimpeiro “foi levado ao portão do campo “Sierra” da Montepuez Rubi Mining. O grupo de garimpeiros alegou que a “fatalidade ocorreu quando um poço ilegal, com aproximadamente nove metros de profundidade, desabou sobre ele na área de concessão de mineração “Krongolo Simba”, aproximadamente às 09h00 do mesmo dia. Os mineiros ilegais declararam que viram as paredes do poço desmoronar, prendendo o falecido, de 27 anos de idade” e que residia na vila de Nanhupo.
Segundo ainda a Montepuez Rubi Mining, “nos quatro casos, as comunidades notificaram a Polícia da República de Moçambique”, que se fez ao local e os corpos foram identificados. O Comando Distrital e as autoridades de Montepuez e Maputo também tomaram conhecimento, garante a empresa no comunicado a que tivemos acesso, que cita o director-geral da companhia, disse Harald Hälbich.
Desde o início do ano em curso morreram mais de 15 mineiros supostamente ilegais nas áreas de concessão da Montepuez Rubi Mining. Esta assegura estar a tomar medidas para reduzir a mineração ilegal, “ajudar a combater o contrabando de rubis, reduzir o risco e a exploração de grupos vulneráveis por sindicatos bem organizados”.