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África do Sul “faz pausa” do G20 durante a presidência dos EUA em 2026

A África do Sul anunciou esta quinta-feira que vai fazer uma pausa de um ano na sua participação do G20, enquanto os Estados Unidos ocuparem a presidência rotativa da organização que reúne as 20 economias mais industrializadas do mundo.

Foi pela voz do porta-voz da presidência sul-africana, Vincent Magwenya, que a África do Sul  deu o seu parecer depois de os Estados Unidos anunciarem que vão excluir este país africano dos trabalhos preparatórios e da cimeira prevista para o final de 2026, nos EUA.

“Por enquanto, estamos a fazer uma pausa até retomarmos a programação normal”, afirmou Vincent Magwenya.

“Em 2027, quando o Reino Unido assumir a presidência do G20, a África do Sul poderá participar novamente de forma significativa e substancial em questões de real importância para o resto do Mundo”, acrescentou, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

A declaração do porta-voz nas redes sociais surgiu poucas horas antes de o chefe de Estado da África do Sul, Cyril Ramaphosa, ter indicado que ainda não tinha recebido a decisão norte-americana “por escrito”.

A África do Sul é “um membro de pleno direito do G20 e a sua presidência foi considerada um sucesso a nível internacional”, recordou o líder sul-africano numa conferência de imprensa.

A resposta da África do Sul surgiu depois de o chefe da diplomacia norte-americana, Marco Rubio, ter garantido, na quarta-feira, que “os Estados Unidos não convidarão o Governo sul-africano a participar do G20 durante” a sua presidência, acrescentado que a cimeira do G20 em Joanesburgo deu destaque a “temas radicais”, sem levar em conta as objeções dos EUA.

As relações entre Washington e Pretória estão no nível mais baixo desde o regresso de Donald Trump à Casa Branca, que tem multiplicado os ataques contra o Presidente sul-africano e o seu Governo, nomeadamente acusando, sem fundamentar, o país africano de “perseguir” os ‘afrikaners’, descendentes dos primeiros colonos europeus.

“Notícias falsas e enganadoras; o G20 realizado na África do Sul foi um dos mais bem-sucedidos, como foi reconhecido por todos os líderes mundiais presentes; a declaração adotada foi elogiada como uma das mais progressistas e um grande passo em frente para posicionar o Sul global como um parceiro igualitário na família das nações”, afirmou nas redes sociais o ANC, partido no poder e do histórico Nelson Mandela.

O G20 é composto por 19 países, para além da União Europeia e da União Africana, e representa 85% do Produto Interno Bruto mundial e dois terços da população.

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