A presidente da Comissão Europeia reafirmou, nesta segunda-feira, o apoio europeu à Ucrânia, defendendo que a soberania e a integridade territorial do país “têm de ser mantidas” e que está em causa a segurança da Europa. Já o presidente do Conselho europeu, António Costa, anunciou progressos significativos nas negociações de paz para a Ucrânia. As decisões como sanções, alargamento e congelamento de activos devem passar pela União Europeia.
Ursula von der Leyen falava numa curta declaração aos jornalistas em Luanda, após um encontro informal dos líderes europeus convocado por António Costa, à margem da 7.ª Cimeira União Africana-União Europeia.
A responsável europeia afirmou que, apesar dos avanços registados em Genebra, “há ainda trabalho a fazer” para alcançar uma “paz justa e duradoura”, mas destacou existirem agora “bases sólidas para seguir em frente”, escreve o Notícias ao Minuto.
“Temos de continuar unidos e manter o melhor interesse da Ucrânia no centro dos nossos esforços”, sublinhou Ursula von der Leyen, sublinhando que se trata da segurança do continente “agora e no futuro”.
O encontro em Luanda “reafirmou a unidade do apoio europeu à Ucrânia”, acrescentou.
A presidente da Comissão Europeia insistiu que “a soberania e a integridade da Ucrânia têm de ser respeitadas”, frisando que “só a Ucrânia, como país soberano, pode tomar decisões relativas às suas Forças Armadas e ao seu futuro”.
Von der Leyen apelou também ao regresso das crianças ucranianas desaparecidas ou raptadas durante a guerra. “Todas elas devem voltar para casa. Fiquei satisfeita por ver este tema abordado pelos líderes”, afirmou.
Antes da reunião informal dos 27 sobre o plano de paz apresentado pelos Estados Unidos, António Costa referiu na rede social X ter conversado com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, “sobre os esforços de paz na Ucrânia, para obter a sua avaliação da situação”.
No arranque do encontro informal, em Luanda e também por videoconferência, o presidente do Conselho Europeu destacou que “uma posição unida e coordenada da União Europeia é fundamental para garantir um bom resultado das negociações de paz, para a Ucrânia e para a Europa”.
O plano de 28 pontos elaborado pelo Governo do Presidente norte-americano, Donald Trump, é visto com grande preocupação em Kiev, por incluir exigências russas como a cedência de território, a redução do Exército ucraniano e a renúncia à adesão à NATO. Em contrapartida, prevê garantias de segurança ocidentais para evitar novos ataques russos.
Trump deu à Ucrânia até 27 de Novembro para responder às propostas. Em caso de rejeição, o Presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou prosseguir os avanços militares, numa frente de batalha onde a Rússia mantém vantagem.
Perante a pressão simultânea dos Estados Unidos e da Rússia, Zelensky tem mantido consultas com os principais aliados europeus.
Costa anuncia “progressos significativos” nas negociações de paz
O presidente do Conselho europeu anunciou ontem “progressos significativos” nas negociações sobre um plano de paz para a Ucrânia e sublinhou que decisões como sanções, alargamento e congelamento de activos têm de passar pela União Europeia.
“A reunião de ontem, [domingo] em Genebra, entre os Estados Unidos, Ucrânia, instituições da União Europeia (UE) e seus representantes, ficou marcada por progressos significativos”, disse o português António Costa, em Luanda.
“Os Estados Unidos e a Ucrânia informaram-nos que as discussões foram construtivas e que foram alcançados progressos em diversos assuntos. Saudamos este passo em frente e, apesar de alguns assuntos terem de ser resolvidos, a direcção é positiva”, acrescentou, após uma reunião informal do Conselho Europeu, que serviu também para reafirmar o apoio europeu à Ucrânia, face à invasão russa.
“É também claro que as questões que dizem respeito directamente à União Europeia como sanções, alargamento ou congelamento de activos requerem o envolvimento completo e a decisão da União Europeia”, sublinhou, afirmando, no final, que a solução para o conflito não passa por um cessar-fogo temporário, mas por uma paz duradoura.
Reunião informal do Conselho Europeu em Luanda, (na qual marcou presença o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, com alguns dos líderes europeus a participarem por videoconferência), à margem da cimeira entre a UE e a União Africana, que se realiza de ontem até esta terça-feira.
Recorde-se que a Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de Fevereiro de 2022, num conflito iniciado em 2014 com a anexação da Crimeia.

