A Presidente tanzaniana, Samia Suluhu Hassan, anunciou a criação de uma comissão de inquérito para investigar as mortes ocorridas durante as manifestações antigovernamentais que eclodiram à margem das eleições contestadas no fim do mês passado.
Este país da África Oriental mergulhou num caos a 29 de Outubro, dia das suas eleições gerais (legislativas e presidenciais), segundo a oposição e observadores estrangeiros.
Durante vários dias, realizaram-se manifestações antigovernamentais em muitas cidades do país, nas quais centenas de pessoas foram mortas. Dizendo-se “profundamente entristecida” por “aqueles que perderam a vida durante a violência ocorrida a 29” de Outubro, Hassan anunciou a criação de uma comissão de inquérito “a fim de examinar os eventos e determinar a sua causa”.
“O relatório guiar-nos-á para um diálogo propício à reconciliação e à paz”, declarou a chefe de Estado. Samia Suluhu Hassan venceu oficialmente a eleição presidencial com quase 98% dos votos.
Segundo a oposição, mais de mil pessoas foram mortas durante as manifestações contra o Governo, mas o Executivo ainda não oficializou os dados. Mais de 200 pessoas também foram acusadas de “traição” na semana passada, um crime punível com a pena de morte neste país.
“Eu compreendo que muitos jovens detidos e acusados de traição ignoravam o alcance dos seus actos”, referiu Hassan. “Como mãe da nação, exorto as forças da ordem, e mais particularmente ao gabinete do director da polícia, a examinar cuidadosamente a gravidade das infracções cometidas pelos nossos jovens”, acrescentou pedindo que seja permitido àqueles que se movimentaram “sem intenção criminosa” a pagarem “os seus erros”.

