A União Europeia, em coordenação com a Cooperação Alemã e a Fundação Tony Elumelu, lançou, nesta quarta-feira, a segunda edição do Programa de Empreendedorismo Feminino para África, que visa, entre vários objectivos, apoiar iniciativas de empreendedorismo femenino.
O programa, implementado em oito países africanos, incluindo Moçambique, visa capacitar mulheres empreendedoras, fornecendo-lhes ferramentas, recursos e financiamento para desenvolver negócios sustentáveis. Na primeira edição, 2000 empreendedoras em todo o continente receberam apoio para expandir os seus projetos.
“As mulheres africanas têm um papel essencial no desenvolvimento económico dos seus países. Este programa oferece as ferramentas, o financiamento e a mentoria necessários para transformar ideias em negócios de sucesso”, afirmou Moyo Awotile, directora de Comunicação e Marketing da Fundação Tony Elumelu.
A participação das mulheres no empreendedorismo africano tem vindo a crescer, mas continua a enfrentar desafios como falta de acesso a financiamento e formação especializada, e com base em programas como estes, a União Europeia pretende provocar mudanças.
Cada participante seleccionada poderá receber um financiamento inicial não reembolsável de 5.000 dólares norte-americanos, bem como acesso a formação de classe mundial e orientação especializada. “Estamos a criar oportunidades reais para que as mulheres possam crescer os seus negócios, gerar emprego e contribuir para a redução da pobreza em África”, acrescentou Moyo Awotile.
Para aumentar a participação, o Banco UBA e a Fundação Tony Elumelu estão a promover sessões públicas de divulgação nos países abrangidos. Em Moçambique, a sessão decorreu esta quarta-feira, em Maputo, em formato híbrido, com transmissão ao vivo e interacção entre potenciais candidatas e beneficiárias da edição anterior. “Estas sessões não são apenas informativas, mas também inspiram e motivam as mulheres a candidatar-se”, destacou Moyo Awotile.
O programa prevê ainda outras acções de apoio, como contratação de influenciadores locais, acompanhamento do número de candidaturas, organização de clínicas de candidatura e produção de vídeos explicativos sobre o processo.
Segundo os financiadores, a submissão das candidaturas decorre até Janeiro do próximo ano, e as organizações querem envolver maior número de mulheres, principalmente jovens.
“Encorajamos todas as mulheres empreendedoras a submeterem as suas candidaturas e a aproveitarem esta oportunidade única de transformar os seus negócios e impactar positivamente”, advertiu Moyo Awotile.
O projecto de financiamento de iniciativas juvenis e desenvolvimento comunitário, liderado pela União Europeia e parceiros não é o único. Em Novembro de 2024, o Banco Africano de Desenvolvimento, desembolsou cerca de 11 milhões de dólares para projectos de segurança alimentar e inclusão juvenil.
O referido apoio incluiu o financiamento de iniciativas de mitigação dos impactos do terrorismo em Cabo Delago, que segundo dados recentes 25 mil nos últimos ataques.

