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Hospital Central de Nampula sem espaço para internamentos

O Hospital Central de Nampula está saturado! Não tem mais espaço para internamentos e há doentes nos corredores das diversas enfermarias. Enquanto isso, os médicos fazem braço-de-ferro exigindo pagamento do trabalho que realizam depois das 15h30. 

É o hospital de referência na zona Norte do país, atendendo casos complicados transferidos dos 23 distritos de Nampula, de parte da Zambézia, do Niassa e de Cabo Delgado. O Hospital Central de Nampula, é palco de mais um episódio de divergência entre os médicos e a direcção.

Na semana passada os médicos ameaçaram parar de trabalhar depois das 15h30, o que levou o Secretário de Estado a reunir-se até se chegar a um meio termo.

Segundo o porta-voz da maior unidade sanitária ao nível da zona norte do país, Sulemane Isidoro, os médicos prometeram que iriam acatar as questões abordadas na reunião com o Secretário do Estado em Nampula até dia 15 deste mês. Assegura que, neste momento, há um trabalho em curso de modo a resolver os problemas levantados pelos médicos.

Explica ainda que, apesar de o hospital ter 200 médicos, estes não são suficientes para colocar em todos os serviços essenciais, como é o caso pediatria, banco de socorros, maternidade e ginecologia. 

Enquanto isso não acontece, nos corredores do Hospital Central de Nampula assiste-se a um cenário de total desordem, com os corredores a serem ocupados com camas porque as salas de internamento propriamente ditas estão lotadas de pacientes. E não se trata de uma situação isolada de apenas um dia.

“Infelizmente, nós temos o Hospital Central de Nampula como receptor de todos os pacientes da província e isso tem suas implicações. Das cerca de 600 camas que nós temos neste hospital, hoje elas não conseguem suportar a demanda”, anota, explicando que a taxa de ocupação de camas nesta unidade sanitária ultrapassa os 100 por cento, rondando nos 110 a 115. 

Não é possível suportar este ambiente! O que é anormal virou completamente normal neste hospital. E perante este nível de lotação há riscos para todos. Para Suleimane Isidoro, os riscos são partilhados entre os pacientes e os profissionais de saúde. 

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