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Conde dos Mambas é Doutor Honoris Causa em Ciências de Desporto

O Seleccionador nacional de futebol, Chiquinho Conde, é a partir desta terça-feira Doutor Honoris Causa em Ciências de Desporto. A cerimónia de outorga ao título foi feita pela Universidade Púnguè, em Manica, e contou com a presença do Ministro da Juventude e Desportos, Caifadine Manasse, que avançou que a distinção é merecida, uma vez que Chiquinho Conde desde a adolescência trabalhou para elevar o desporto moçambicano.

De 60 anos de idade, Francisco Queirol Conde Júnior, mais conhecido por Chiquinho Conde iniciou a carreira de futebol em 1986, aos 21 anos pelo Clube de Desportos da Maxaquene, onde foi campeão por três anos consecutivos: 1986, 1987 e 1988.

Foi em 1986 que estreia-se como jogador da selecção nacional, tendo inclusive disputado o primeiro Campeonato Africano das Nações, CAN, que Moçambique disputou, no Egipto.

Depois rumou a Portugal onde jogou em clubes principais como Belenenses, Sporting de Braga, Vitória de Setúbal e Sporting Clube de Portugal, mas foi nos minhotos onde mais se evidenciou, embora nos “leões” também tenha tido alguma história para contar.

Voltando ao país, Conde foi treinador em vários clubes da primeira divisão, com destaque Maxaquene, Costa do Sol, União Desportiva de Songo, Desportivo de Maputo, entre outros, com os quais conquistou três campeonatos, duas Taças de Moçambique e outras duas Supertaças nacionais.

Antes de assumir o comando da selecção nacional de futebol, Chiquinho Conde regressou a Portugal onde treinou a equipa sub-23 do Vitória de Setúbal, sem clube de coração, por duas temporadas.

Já como seleccionador dos Mambas, ainda neste mês de Outubro, Chiquinho Conde tentou concretizar o sonho colectivo dos moçambicanos de chegar ao Mundial de Futebol. Só a derrota diante da Guiné-Conacry, em casa, por 1-2, matou o sonho.

A olhar para os seus feitos, a Universidade Púnguè decidiu, esta terça-feira, atribuir ao seleccionador nacional de futebol o título de Doutor Honoris Causa, em reconhecimento ao seu contributo para o desporto moçambicano como jogador e treinador.

“Ao conceder este título, a Universidade não apenas presta homenagem a um campeão, mas também afirma a sua missão de reconhecer saberes que ultrapassam os mundos físicos da academia”, disse Emília Nhalevilo, Reitora da Unipúnguè.

O título foi concedido devido ao seu percurso no desporto, tanto enquanto jogador quanto como treinador de futebol em Moçambique e no estrangeiro.

Mergulhado num banho de lágrimas, Chiquinho Conde não conseguiu conter tamanha alegria e disse ser um reconhecimento da sua carreira, tanto como jogador, como treinador.

“Foram décadas dedicadas a formar jovens, inspirar atletas, orientar profissionais e defender o mérito e a ética. A ética, a obediência ao que não é obrigatório. Vai além do cumprimento das leis, pois envolve agir de forma boa, justa e respeito pelo interesse do colectivo”, disse Chiquinho Conde.

Para o governo, a distinção é merecida para quem dedicou a sua carreira em prol do desporto.

“Nós exaltamos os feitos de Chiquinho Conde, um moçambicano altamente patriota, que deu de si no desporto desde a sua nascença, nos primeiros anos, até hoje, a elevar a carreira do desporto moçambicano. Chiquinho Conde levou os Mambas até patamares de sonharmos ir ao Mundial. Significa que fez uma carreira altamente brilhante e aqui temos que reconhecer a UniPúnguè por ter dado este privilégio de reconhecimento a este nosso grande homem, Chiquinho Conde”, disse Caifadine Manasse, Ministro da Juventude e Desporto.

O evento contou com a presença de académicos, governantes, estudantes, corpo docente da UniPúnguè entre outros extractos.

O grau de Doutor Honoris Causa é um título académico honorífico concedido a personalidades que se destacam em áreas como cultura, ciência, artes e humanidade, sem a exigência de um trajecto académico formal.

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