Depois de subida de novos casos registados no início do mês, dados oficiais indicam que a situação tende a reduzir como resultado de intervenções preventivas que estão em implementação.
Doze pessoas morreram vítimas da epidemia de cólera que desde o início do ano assola três distritos da província de Cabo Delgado, onde já afectou 297 pessoas.
Os dados foram actualizados nesta terça-feira pelo porta-voz do Conselho de Ministros (CM), no final da VI Sessão Ordinária do órgão.
“O Conselho de Ministros apreciou a situação da emergência e cólera na província de Cabo Delgado, sendo elemento essencial de referir o facto de que a maior incidência desta situação está nos distritos de Mocímboa da Praia, Macomia e Ibo, tendo sido registados 297 casos e 12 óbitos, o que representa cerca de 4% do índice de letalidade” explicou Filimão Swaze, porta-voz do CM.
Para atender aos casos registados foram abertos na província três “centros de isolamento e tratamento”. Paralelamente, estão em curso acções de promoção de medidas preventivas e de promoção de higiene, baseadas na distribuição pelas comunidades locais, de cloro e outros produtos de purificação de água.
Depois de alguma progressão no número de novos casos registado no início do mês, Filimão Swaze explicou que a situação tende a ficar controlado.
"A situação está a estabilizar-se, no sentido em que, nos últimos dias tivemos o registo de apenas 12 casos, contrariamente aquilo que aconteceu nos dias anteriores em que tivemos essa grande subida até o número de 279" explicou Swaze.
"Com a entrada em funcionamento dos três centros de isolamento e tratamento e a intensificação da distribuição de cloro e certeza, temos a certeza de que, se não podemos dizer que a situação está controlada, pelo menos está próximo disso" concluiu.
Refira-se que surtos de cólera em Cabo Delgado são recorrentes, sobretudo durante época chuvosa, que vai de Outubro a Março. A principal causa apontada é a precariedade das condições de saneamento nas comunidades.