Em novembro, Joanesburgo receberá a cúpula do G20, mas o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não participará do encontro. Segundo anunciou, será o vice-presidente J.D. Vance quem representará o país.
Trump e o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, anfitrião do evento, vivem uma relação conturbada. No início do ano, durante uma reunião na Casa Branca, os dois se desentenderam após Trump insistir na narrativa de que agricultores brancos na África do Sul estariam sendo alvo de genocídio — afirmação negada veementemente pelo governo de Ramaphosa, que descarta motivações raciais nos episódios de violência.
As tensões aumentaram depois que Trump suspendeu a ajuda financeira a Pretória, fixou tarifas de 30% sobre exportações sul-africanas para o mercado americano e criticou a posição do país no conflito entre Israel e Hamas.
Em março, o embaixador sul-africano Ebrahim Rasool foi expulso de Washington após criticar a administração Trump. Já o sindicato africâner Solidarieit, censurado por Ramaphosa em sua passagem pelos EUA, planeja retornar a Washington em setembro para discutir com o Departamento de Estado e outros interlocutores a revogação das leis de reparação racial, a retomada plena das relações diplomáticas e a assinatura de um acordo de comércio equilibrado.
Apesar da ausência de Trump, autoridades sul-africanas disseram receber bem a participação de Vance e reforçaram que o sucesso da cúpula depende sobretudo do conteúdo dos debates, e não da presença de um único chefe de Estado.
O G20 reúne 19 países, além da União Europeia e da União Africana, em torno de políticas econômicas globais. Este ano, pela primeira vez, o encontro será realizado no continente africano, sob o tema “Solidariedade, Igualdade e Sustentabilidade”.