O País – A verdade como notícia

Sector privado denuncia protecionismo à estrangeiros no agenciamento de navios e cargas na Beira 

O sector privado, na cidade, manifestou, esta quarta-feira, 28 de Agosto, a sua indignação pelo facto de alegadamente o agenciamento de navios e cargas estar a ser dominado por cidadãos estrangeiros sob capa política e diplomática. Os empresários dizem, neste sentido, que este suposto protecionismo está a contribuir para a perda de divisas.
O primeiro fórum nacional do sector privado, cuja cerimónia de abertura teve lugar esta quinta-feira, na Beira, trouxe algum desconforto por parte do sector privado relativamente ao manuseio e gestão de cargas de navios, processo aparentemente dirigido por cidadãos estrangeiros.
Foi, na verdade, a continuidade da discussão iniciada em 2015, sobre a regulamentação de agenciamento de navios e cargas, um instrumento que viria ser  determinado, em tempos, que devia ser gerido por nacionais.
No entanto, e segundo o sector privado, a realidade actual mostra que nada foi feito para mudar o cenário, porquanto cidadãos estrangeiros continuam a dominar o processo de agenciamento de navios e cargas.
Ou seja, os patrões, na Beira, queixam-se do facto de alegadamente toda  a cadeia logística estar a ser gerida por cidadãos estrangeiros.
” Com forte apoio político de diplomático, tradicional e capacidade financeira, estão a dominar o transporte marítimo e navios. E em breve vai ser o transporte rodoviário. Isto está acontecer”, denunciou Feliz Machado.
Para o presidente da Associação Comercial da Beira, Félix Machado, também agente transitário,  denunciou que o país está a perder divisas ao permitir  que o agenciamento de cargas seja dominado por cidadãos estrangeiros.
O sector privado quantificou que, neste momento, apenas 30 porcento deste processo sobra para o mesmo.
” Se todo o país manuseou um milhão de euros, 70 porcento é controlado e cobrado por cada agente a  cada navio. Se dissermos que 30 porcento do custo, então temos 70 milhões USD como lucro. Onde está este dinheiro? “, questionou, para depois acrescentar que “são taxas ocultas que beneficiam os outros, as empresas estrangeiras com benefícios fiscais que se dizem mais robustas que as nacionais”.
Mas mais do que reclamações, o sector privado garante estar pronto para assumir o agenciamento de navios e cargas.
” É um projecto de neocolonialismo que está a dar cabo do empresariado nacional. O que pedimos é um campo de jogo igual. Isto é sobre soberania”, alertou.
Falando no evento, o ministro dos Transportes e Logística, João Matlombe, assegurou que o governo está a trabalhar no sentido de assegurar um sistema mais eficiente.
” Capaz de dimensionar o ambiente de negócios”.
Por outro lado, Matlombe apontou os caminhos para o sucesso do processo.
“Reforçar o regime jurídico no programa de agenciamento”.
Matlombe garantiu que o Governo tem em vista a protecção dos empresários nacionais.
Intervindo no evento, o Secretário de Estado de Sofala reconheceu que o agenciamento de navios e cargas constituem pilares de desenvolvimento da economia nacional.
O primeiro fórum de agenciamentos de navios e cargas decorre durante dois dias, sendo que o evento conta com a participação de vários agentes  do sector empresarial no país.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos