Analistas mostram-se pouco optimistas quanto aos resultados do encontro entre o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, realizado hoje, com o objectivo de discutir uma possível solução para o conflito na Ucrânia.
O analista Tárcio Muta considera improvável que a reunião produza avanços relevantes. Para Muta, factores históricos e interesses geoestratégicos tanto da Rússia quanto da Ucrânia continuam a dificultar qualquer entendimento duradouro.
“Com o poder negocial do lado russo, é expectável que Putin procure extrair ganhos económicos do encontro, o que pode desviar o foco da busca por uma solução política e pacífica para o conflito”, afirmou Muta.
Por sua vez, o especialista Jaime Saia alerta que a reacção do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, sobre o encontro poderá servir como indicador da eficácia ou não do processo de negociação. Saia destaca que, ao intermediar estas conversações, os Estados Unidos estão, acima de tudo, a proteger os seus próprios interesses na região.
“A iniciativa de Trump tem, claramente, uma agenda paralela que serve os interesses estratégicos norte-americanos. A paz na Ucrânia, embora importante, parece não ser o único objectivo”, observou Saia.
Importa referir que, nos dias que antecederam o encontro, Donald Trump ofereceu incentivos económicos à Rússia, numa tentativa de influenciar a disposição de Putin nas negociações.
Apesar das expectativas geradas, os analistas entrevistados pelo “O País” não acreditam que o encontro resulte em acordos definitivos, sublinhando a complexidade do conflito e o desequilíbrio nas prioridades dos envolvidos.