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Ainda há desaparecidos na sequência do último ataque à reserva do Niassa

Há pessoas que continuam desaparecidas na sequência do último ataque à reserva especial do Niassa que fez dois mortos. Diante da insegurança, a associação moçambicana de Safari exige ao Governo soluções urgentes.

Os operadores turísticos da Reserva de Niassa encontram-se preocupados com os crescentes ataques na região e alertam que além dos dois mortos já anunciados, há ainda pessoas desaparecidas e uma comunidade inteira afectada. 

“Nos solidarizamos com os familiares que não sabem onde estão os seus entes queridos, mas a outra consequência que existe é que há uma outra operação que parou. Esta operação quando para tinha cerca de 100 a 120 trabalhadores que ficaram sem emprego. Não será possível recuperar tudo isso a tempo para fazer face a esta época, mesmo que seja restabelecida a paz. Portanto, são os empregos que se perdem, toda esta actividade gera muitos benefícios para a comunidade”, explicou Adamo Valgy, presidente da Associação Moçambicana de Safari.   

Para a Associação Moçambicana de Safari, os ataques não são simples ocorrências. “A melhor resposta é resolver os membros da segurança. É isso que o Governo tem de fazer. Isto aqui não estamos a falar de retórica, mas numa situação completa de instabilidade, em que morrem pessoas, a situação é séria”, disse. 

Valgy acrescentou que o problema está relacionado ao trabalho de protecção feito pelas operadoras, lembrando que   “a protecção não é apenas  contra a caça furtiva, é contra as outras actividades ilegais (…) como o garimpo ilegal e o corte ilegal da madeira”.

Enquanto isso, os acampamentos atacados encontram-se fechados e reina medo nos estabelecimentos vizinhos.

“A verdade é que o grupo anda ao longo do rio, e a sua presença ameaça outros acampamentos, um pouco mais ao sul. Nós sabemos que um dos acampamentos foi já evacuado, estava mais próximo, os outros mais a sul estã em prevenção, porque não se sabe o que vai acontecer nos próximos tempos. Mas, a verdade é que é impossível operar, ninguém pode trazer turistas numa situação como esta que temos”, explicou o presidente da Associação Moçambicana de Safari.   

Como consequência dos ataques, já começa a haver dezenas de cancelamentos de reservas, o que ameaça a arrecadação de receitas para o Estado.

“Fazemos a nossa contribuição, olhando para a contribuição que nós damos para a autoridade nacional das áreas de conservação. Dos cerca de 250 milhões de meticais que eles têm, que o Estado tem como receita, 160 milhões vem desta área. Deste cerca de 160 milhões, 20% são aqueles que depois vão para as comunidades”, esclareceu.  

De acordo com o presidente da Associação Moçambicana de Safari, normalmente, os investimentos realizados nas instalações pelos operadores são fundos próprios, que chegam a atingir milhões de dólares.

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