Na Cidade de Xai-Xai, populares invadiram e parcelaram uma zona de pastagem da Fazenda Nguluzane. A empresa diz que a usurpação da área coloca em risco mais de 800 cabeças de gado, além de 40 postos de emprego. O Município de Xai-Xai classifica a acção popular de ilegal
Em Gaza, continua a invasão a propriedades privadas. No caso concreto, é uma área de dois mil hectares, pertencente à fazenda Nguluzane, no Bairro Patrice Lumumba, que os populares decidiram tomar de assalto e erguer residências, alegando que a área serve de esconderijo de malfeitores.
“Para já, cada um foi e parcelar espaço. Estamos cansados, o dono da fazenda prefere ver o gado dele a viver bem e nós vamos viver aonde?”, disse uma das integrantes do grupo, durante os protestos populares.
Já outro referiu que “a área que se estende da baixa até Patrice Lumumba é muita arriscada. Somos violadas por conta do mato”, conclui.
Em resposta, a empresa Nguluzane demoliu algumas casas erguidas no interior da sua propriedade para fúria dos invasores.
Esta quarta-feira, indivíduos provenientes de 24 bairros amotinaram-se no interior do empreendimento para pressionar a empresa a cederem cerca de 200 hectares.
“Ele demoliu uma casa do nosso vizinho e tem hábito de entrar com gado. Nós viemos aqui para dar um ultimato, não queremos ver mais gado, trator, e segurança dele”.
O porta-voz da empresa de capitais brasileiros, Clerivaldo Moura, diz que a área em causa serve de escape para a pastagem de 800 cabeças de gado, sobretudo, neste período de inundações. Moura afasta, por isso, a possibilidade de ceder o espaço: “Nós temos cerca de dois mil animais e neste momento de cheia o único lugar que tenho para os animais é local que está sendo invadido. Durante o encontro, a população foi cruel e fez ameaças”.
E diz-se mais: “Nos próximos dias “ninguém deve ir para lá, nem animal, nem trabalhador deve ir para lá porque senão haverá guerra. Hoje estou com 800 animais que dependem Dali e em contrário podem estar em risco de vida”, lamentou o gestor do empreendimento.
Devido a agitação instalada, a edilidade decidiu reunir-se com a população. Entretanto, o encontro que durou mais de quatro horas não produziu consensos.
Dias Nhampossa apelou a população a abandonar a área de forma voluntária.
“A postura dos munícipes não é legal. Eles tomaram e querem que a empresa não tenha mais acesso a área. O que acontece é que os jovens devem perceber que não é possível acomodar a todos, de uma só vez, é que haja calma e serenidade” explicou.
A polícia esteve no local para garantir reposição da ordem no local. Este ano, o Município de Xai-Xai pretende intervir no parcelamento de novas zonas de expansão e garante distribuir gradual de terrenos à população.