Os protestos pós-eleitorais registados no país desde o mês de Outubro do ano passado afectaram negativamente o desempenho económico de 2024, com maior impacto no último trimestre, em que apresentou uma redução em cinco pontos percentuais no Índice de Robustez Empresarial nacional, face ao terceiro trimestre, saindo de 30% para 25%.
A avaliação é dos empresários moçambicanos que estiveram reunidos nesta quinta-feira, em Maputo, na 18ª edição do Economic Briefing, que juntou o sector público e privado. Segundo as projecções dos “patrões” o sector do comércio foi o mais afectado, sendo que as perdas totais e o impacto no PIB totalizaram cerca de 24,8 mil milhões de Meticais, cerca de 2,2% do PIB. Por esse motivo, as projecções do crescimento económico de 2024 passaram a situar-se em 3,3%, bem abaixo dos 5,5% da previsão inicial.
De forma directa, as paralisações durante a quadra festiva, nomeadamente nos dias 23, 24 e 25 de Dezembro, resultaram em perdas estimadas em 7,4 mil milhões de Meticais, sendo que 56% destas perdas resultaram das vandalizações e as restantes 44% das constantes paralisações e redução da procura.
Apesar das incertezas, a CTA afirma que os factores macroeconómicos que afectam os custos das empresas permaneceram estáveis.
No que diz respeito à receita, observou-se um aumento nos preços de mercadorias primárias de origem agrícola, pecuária e mineral, entre os trimestres em foco, com uma subida de cerca de 4,8 pontos percentuais. O índice passou de 113,6 para 118,4, o que pode impactar positivamente a receita das commodities exportadas por Moçambique.
“Durante o período em análise, registou-se uma redução do desempenho empresarial, o que se traduziu na deterioração da situação financeira das empresas, tendo em consideração que o nível de prejuízos passou de 200,37 Meticais por unidade para 564,84 Meticais por unidade. Esta situação reflecte uma redução do volume de receitas acima do observado no custo de produção”, explicou Agostinho Vuma.