O país vive um “ambiente de instabilidade e insegurança públicas”, que resultam da “tensão pós-eleitoral”, reconheceu o ministro da Defesa Nacional, esta terça-feira, em conferência de imprensa. Contudo, Cristóvão Chume apelou à calma, ao diálogo inclusivo, ao reencontro da sociedade “neste momento difícil do país” e alertou que há, por exemplo, doentes que não conseguem ir ao hospital e morrem em casa.
Falando a partir do Clube Militar, Cristóvão Chume começou por explicar o objectivo das suas declarações aos órgãos de comunicação social.
“Pretendemos reafirmar o compromisso das Forças de Defesa e Segurança com a paz, a resolução pacífica de conflitos e a não interferência nos processos políticos do nosso país”, afirmou o ministro, acrescentando que pretendia, também, “reafirmar o carácter republicano das Forças de Defesa e Segurança e, por isso, a importância do diálogo construtivo entre os partidos políticos, órgãos de gestão eleitoral, as instituições de legalidade e de todos actores sociais e económicos que representam as forças vivas da nossa nação”.
Cristóvão Chume reforçou a confiança das Forças de Defesa e Segurança nas “instituições democráticas, obediência à Constituição da República de Moçambique e demais leis que atribuem missões às Forças Armadas de Defesa de Moçambique, à Polícia da República de Moçambique e aos Serviços de Informação e Segurança do Estado”.
Segundo Cristóvão Chume, as manifestações pacíficas estão salvaguardadas na Constituição da República e na lei das manifestações, mas não devem ser violentas.
“As manifestações de carácter violento estão a cimentar ódio entre irmãos. Estão a tirar vida de moçambicanos, independentemente da sua orientação política ou religiosa. Estão a destruir infraestruturas vitais para a vida dos moçambicanos”.
“Estas manifestações de índole violento são um grave sinal do quão estamos divididos neste momento. Apelamos à nossa unidade. Nos últimos dias assistimos ao recrudescimento de actos preparatórios com a intenção firme e credível de alterar o poder democraticamente instituído e o funcionamento normal das instituições estaduais e privadas”.
Face a este escalar da situação, as Forças de Defesa e Segurança e, em particular, as Forças Armadas de Defesa do Moçambique, em cumprimento da Constituição da República de Moçambique, da Lei de Defesa e Segurança, da Lei de Defesa Nacional de Forças Armadas, têm a missão e o mandato de defender e proteger a nossa soberania e a segurança do nosso país. disse o ministro e reforçou “a importância do diálogo inclusivo, para que a sociedade se reencontre neste momento difícil do nosso país”.
“Recomendamos aos partidos políticos para que usem o seu papel mobilizador para serenar os ânimos e o espiral do ódio pelo próximo, o que está, a cada dia, a crescer, pelo que devemos todos dizer basta ao ódio que estamos a cimentar. Evitemos banhos de sangue entre irmãos”, apelou Chume.