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Ministra da Educação diz que há pais que ensinam corrupção aos seus filhos

A ministra da Educação e Desenvolvimento Humano diz que há pais que ensinam corrupção aos seus filhos. Carmelita Namashulua explica que alguns destes encarregados levam o ano todo sem conhecer a porta da sala do seu filho, mas, quando o mesmo é reprovado, eles vão negociar para inverter o resultado, ou até pior: mandam o próprio filho perguntar ao professor o que ele quer para negociar.

A corrupção é um crime já infiltrado em quase todos os sectores da sociedade moçambicana.

Esta terça-feira, a ministra da Educação disse estar preocupada, porque há alunos, nas escolas, que já dominam esse mal que, no seu entender, deve ser combatido.

“Nas nossas escolas, pratica-se aquilo que é a corrupção. Às vezes, nós toleramos quando um menino negoceia a sua nota. Essas acções parecem ser pequenas, mas depois crescem. Incutem no menino que, negociando, ele pode ganhar ou pode satisfazer os seus intentos”, apontou Carmelita Namashulua, ministra da Educação e Desenvolvimento Humano.

Mais agravante, para a ministra, é a existência de pais e encarregados que ensinam tais actos aos seus filhos.

“Nós temos pais no sistema que não conhecem a porta da turma do seu menino e só aparecem quando o menino vai, no fim do ano, dizer que chumbou e aí o pai aparece para ir negociar. Até manda o seu próprio filho perguntar ao professor ‘o que ele quer para poder-te deixar passar’. O menino vai, todo orgulhoso, e cumpre. Essas acções também devem ser severamente combatidas”, disse Namashulua.

Aliás, as escolas têm sido, segundo a procuradora-geral da República, um campo preferido pelos grupos criminosos para ensinar práticas de crime organizado de vária ordem aos jovens.

“É com grande preocupação que notamos que o crime continua a ser uma grande realidade no seio das nossas comunidades, afectando tanto os indivíduos quanto as instituições que almejam garantir o bem-estar e o desenvolvimento do nosso país. Para lograr os seus intentos, os criminosos tudo fazem para infiltrar-se em todos os segmentos da nossa sociedade, afectando principalmente os jovens, adolescentes e até crianças, fazendo das escolas um campo preferencial para realizar as suas incursões”, afirmou a procuradora-geral da República, Beatriz Buchili.

Face ao cenário, a Procuradoria-Geral da República e o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano assinaram, esta terça-feira, um memorando de entendimento que visa reforçar a educação comunitária e dos alunos sobre a prevenção contra o recrutamento dos jovens para as fileiras da criminalidade.

“Estes programas irão capacitar, igualmente, os professores, oferecendo ferramentas eficazes para identificar sinais de risco e prevenir a criminalidade, com enfoque para a corrupção, branqueamento de capitais, extremismo violento, tráfico e consumo de drogas”, referiu Buchili.

O memorando rubricado pela ministra da Educação e pela procuradora-geral da República vai, também, permitir a criação de núcleos escolares e resiliência comunitária que terão a missão de garantir um ambiente escolar seguro e saudável.

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