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Presidente da República inaugura maior fábrica de tijoleiras e azulejos de África

Foto: O País

O país vai poupar quase 13 milhões de dólares que, anualmente, eram destinados à importação de tijoleiras e azulejos com a inauguração, hoje, da maior fábrica de produção desse material pelo Presidente da República. Filipe Nyusi diz que esta empresa representa a capacidade de Moçambique de realizar empreendimentos complexos.

A temperatura era amena, no distrito de Moamba, Província de Maputo. A chuva ameaçava cair. Aliás, chegou a cair em pequenos pingos, mas não passou disso, tanto que nem preocupou tanto os que dedicavam à sua atenção à inauguração da maior fábrica de tijoleiras e azulejos a nível do continente africano.

Foi pelas mãos do Presidente da República, Filipe Nyusi, que a lápide foi descerrada e a fita cortada sob olhar atento de todos e, como de costumo, acções que foram acompanhadas de uma salva de palmas. Oficialmente, estava inaugurado o empreendimento.
Chama-se Safira Mozambique Ceramic Limitada, localizada no distrito de Moamba, na Província de Maputo.

Construída no âmbito do programa “Industrializar Moçambique”, esta fábrica vem reduzir a perda de divisas que o país tinha com a importação deste material.

“O país vai poupar, anualmente, uma média de 12,7 milhões de dólares norte-americanos na importação de tijoleiras e azulejos para a indústria de construção civil”, revelou Silvino Moreno, ministro da Indústria e Comércio.

E isto poderá reflectir-se na balança comercial de Moçambique. “Esta tendência de importação tinha impacto negativo na nossa balança de pagamentos e, por arrastamento, sobre o nível das nossas disponibilidades líquidas sobre o exterior. Nós temos um limite daquilo que é o dinheiro, as divisas que nós temos. Há vezes em que temos de dizer: vamos lá guardar isto para importar medicamentos. Entre mosaico e medicamento, a prioridade é o medicamento, mas demoramos o processo de construção”, explicou Filipe Nyusi, Presidente da República.

O significado deste empreendido é mais do que a redução da perda de divisas para o país. “A fábrica que hoje inauguramos representa a nossa capacidade de materializar empreendimentos complexos”, afirmou o Chefe do Estado.

E para materializar empreendimentos complexos, segundo Filipe Nyusi, é preciso que os investidores tenham confiança no país.

“Há vezes em que as coisas demoram a chegar. Há quem pensa. O que ele pensa, os outros não pensaram. Por isso, todos podem pensar e dizer vamos construir fábrica disto ou daquilo. Já tínhamos pensado. Não é novidade. Não é nenhuma novidade. É uma questão de tempo. Coisas como estas levam tempo para poderem acontecer, sobretudo a devolução da confiança. Se ninguém confia no teu país, nada pode acontecer. A confiança toda que trazemos ao longo do tempo é que cria estabilidade, também da economia. Quando se fala de estabilidade, não pode ser vista só no âmbito de guerra”, esclareceu Filipe Nyusi.

Localmente, o Chefe do Estado diz que a fábrica de tijoleiras e azulejos poderá desenvolver o distrito de Moamba.

“Mais de 400 desenhos diferentes, mas disseram-me, também, que têm mais ou menos 34 dimensões diferentes. Isso tudo é feito em Moamba. Vocês já foram (no sentido de desenvolvimento), porque antes nós entrávamos no Google e escrevíamos Moamba e este distrito parecia um bicho, mas agora aparece Safira e outras indústrias. É assim que se constrói um país”, sublinhou o Presidente da República.

A fábrica construída numa área de três mil hectares custou mais de cem milhões de dólares e capacidade diária de produção de tijoleiras e azulejos é de mil metros quadrados.

Ainda nesta segunda-feira, o Presidente da República inaugurou, também, a Fábrica Nacional de Medicamentos e uma Delegação do Instituto Nacional de Segurança Social, na Província de Maputo.

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