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Ossufo Momade promete desenvolver Meponda

Foto: Renamo

O candidato presidencial da Renamo, Ossufo Momade, prometeu, esta quinta-feira, desenvolver Meponda, Posto Administrativo do Distrito de Lichinga, no Niassa, que dista a 60 km da capital provincial, onde as principais actividades são a pesca e agricultura. Mas há desafios que Ossufo Momade promete resolver caso vença as eleições a 9 de Outubro. Ainda no Niassa, o candidato manifestou que pretende renegociar contratos dos megaprojectos, caso seja eleito.

O candidato presidencial da Renamo, Ossufo Momade, falou de alguns aspectos do seu manifesto eleitoral e ainda prometeu renegociar e reanalisar alguns dos contratos de megaprojectos implantados no país.

No comício popular, com o intuito de buscar para si e para a Renamo o voto do eleitorado de uma zona pró-Renamo, Ossufo Momade, aproveitando a sua presença no distrito de Lago, na província de Niassa, mais concretamente no posto administrativo de Meleluca, prometeu que, caso vença a corrida presidencial, vai renegociar os megaprojectos implantados no país.

“Nós, quando chegarmos à presidência, vamos renegociar os megaprojectos para podermos beneficiar os moçambicanos”. E acrescentou: “O gás existente em Inhambane vai à África do Sul, extraído aqui e pouco nos beneficia. Os megaprojectos instalados na província de Cabo Delgado também não beneficiam os moçambicanos. Então, nós vamos mudar isso. Só um punhado de gente enriquece em Moçambique.

nquanto isso, a maioria fica na pobreza. Temos de acabar com isso. Nós prometemos que vamos renegociar os megaprojectos”.

Quanto ao manifesto eleitoral para o quinquénio 2025-2029, Momade disse que é suportado por sete pilares, tendo destacado alguns. Os outros, segundo prometeu, serão descritos nas próximas sessões.

O primeiro pilar apresentado foi “Políticas para promover o desenvolvimento”. Neste, disse que o crescimento e desenvolvimento económico de um país depende, especialmente, das medidas que o seu Governo toma para aumentar a confiança dos diversos actores na economia.

O segundo pilar é a confiança nos sistemas. Neste, disse que o judicial, a segurança, o factor fiscal, monetário e de comunicações são apenas alguns dos condicionantes para se alcançar o crescimento e desenvolvimento do país. Assim, o Governo da Renamo tomará as seguintes medidas: melhorar a qualidade de diálogo com o sector privado, visando atender às suas preocupações e resolver os constrangimentos que os investidores enfrentam; promover um regime fiscal transparente e amigo do investimento; realizar uma política monetária consistente para o investimento e consumo; combater, energicamente, a corrupção em todas as instituições, aprofundando as medidas de transparência para prevenir ou controlar a sua ocorrência; melhorar os salários da Função Pública, introduzindo medidas de actualização permanente do valor dos salários e das pensões; reestruturar o sector empresarial do Estado, privatizando as empresas deficitárias e economicamente inviáveis; promover a estabilidade política e social, bem como a segurança nacional.

Segundo prometeu Ossufo Momade, o Governo da Renamo dará maior primazia à procura de soluções para os crimes de terrorismo, raptos e sequestros que assolam o país.

No sector da saúde, O Governo da Renamo vai investir no fortalecimento do serviço nacional de saúde, aumentando e apetrechando as unidades sanitárias com recursos humanos qualificados, meios materiais e equipamentos necessários para a prestação dos cuidados de saúde; melhorar as condições de trabalho e de remuneração dos médicos, dos enfermeiros, e de todos os profissionais de saúde; alargar as acções de prevenção e combate à malária, tuberculose, cólera, assim como HIV/SIDA e outras doenças crónicas; garantir e promover a saúde materno-infantil, bem como a saúde sexual e reprodutiva; disponibilizar serviços de saúde mental e psicológica de qualidade, para crianças e adultos vítimas de todas as formas de violência, trauma, alargando os centros de acolhimento e de trânsito; melhorar a transparência na adjudicação para importação/aquisição e distribuição de medicamentos e outros materiais de saúde.

Para o sector da agricultura, a Renamo propõe, no seu manifesto, que é necessário assumir que a agricultura, por desvantagem competitiva na alocação de recursos por via dos mercados, necessita de apoios, incentivos, subsídios e que o Estado exerça as suas funções de legislação, regulação, fiscalização, de realização de investigação e extensão rural, assim como da função arbitral para os casos de conflitos de interesses.
Assim, a Renamo, vai dar prioridade para a agricultura familiar, produção alimentar e as pequenas e médias empresas do sector agrário. O desenvolvimento da agricultura deverá ser economicamente inclusivo, o que significa que as políticas públicas, os mercados e as instituições devem favorecer a criação de riqueza de todos os agentes económicos, destacando-se a formação do sector familiar e as pequenas e médias empresas.

Além disso, dar subsídios à agricultura em toda a sua cadeia de valor é uma pretensão da Renamo, pois o partido entende que qualquer actividade agrícola de sucesso no mundo desenvolve-se com subsídios, seja nos EUA ou na Europa. Em Moçambique, disse Momade, as famílias, os pequenos agricultores e os empresários do sector agrário carecem desses subsídios: nas sementes, na irrigação, nos pesticidas e insecticidas, no transporte dos produtos, no armazenamento e na comercialização.

Uma das estratégias da Renamo é fazer a delimitação de territórios com maior potencial agrícola.

Para concentração de recursos financeiros, humanos e materiais e obtenção de maior eficiência e eficácia dos investimentos e das políticas públicas na agricultura, serão delimitados territórios com critérios económicos e de potencial produtivo, do Zumbo ao Índico e do Rovuma ao Maputo, caso a Renamo e o seu candidato vençam as eleições. Nos territórios em causa devem concentrar-se as acções de investigação, extensão e investimento público e privado, comercialização, benefícios fiscais para os investidores e para as comunidades (com ênfase para o empoderamento da mulher e dos jovens) e subsídios, segundo os critérios e prioridades sugeridas.

Momade promete desenvolver Meponda

Ossufo Momade prometeu desenvolver Meponda, Posto Administrativo do Distrito de Lichinga, no Niassa, que dista a 60 km da capital provincial, onde as principais actividades são a pesca e agricultura. Mas há desafios que Ossufo Momade promete resolver caso vença as eleições a 9 de Outubro.

O acesso ao Posto Administrativo de Meponda, a 60 km de Lichinga, é por uma estrada terra batida e com pedras à mistura, caracterizada também por subidas e descidas, curvas e contra curvas acentuadas. O acesso é deficitário. É olhando para essa realidade que Ossufo Momade, nas suas promessas eleitorais, disse que pretende reabilitar a via: “No dia 9 de Outubro vamos todos votar para a mudança, aqui em Meponda. Vamos construir estrada para melhorar o acesso, nesta vila bonita”.

Momade falava perante uma multidão eufórica, uma euforia que esconde problemas preocupantes em Meponda: as uniões prematuras e o abandono à escola. Para uma população na sua maioria jovem, que se dedica principalmente à pesaca e, depois, à agricultura. É para aquela população que Ossufo Momade dirigia a mensagem de “caça ao voto”, prometendo uma vida melhor.

“Nós vamos vencer as eleições, e queremos desenvolver Meponda. Vamos investir na educação, na criação de empregos para que os nossos jovens tenham emprego. Precisámos de melhorar as condições de saúde para a população, construindo melhores hospitais e remunerar bem os nossos enfermeiros e médicos para que a população seja bem atendida”.

Em Meponda, as caravanas da Renamo e da Frelimo cruzaram-se sem registo de incidentes.

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