De acordo com os membros do júri, foi impossível eliminar um concorrente na categoria de canto, na gala de sábado. Maria Helena Pinto, Dadivo José e Dudas Alled consideram estar a ser difícil apurar alguns concorrentes em detrimentos de outros.
Atrás de uma bola vai sempre uma criança. Muitas vezes a máxima está certa, mas no Mozkids Talents não é assim. Até porque neste concurso infantil realizado pela Stv em parceria com a Dstv, Gotv e Movitel não há bolas. Então, neste contexto, a máxima deve mesmo sofrer alguma alteração: atrás de um talento vão sempre algumas crianças, com idades compreendidas entre os seis e os 12 anos de idade. Foi o que se constatou na segunda gala do programa realizado na manhã de sábado, no Cine Scala, na cidade de Maputo.
Ao todo, 39 concorrentes subiram ao palco para convencer o público, e, sobretudo, o júri, pois disso dependia a passagem para a fase seguinte. Desta vez, os candidatos de canto foram os mais audazes, com actuações a roçarem a perfeição. Os membros do júri aperceberam-se da qualidade das crianças, pequenas cantoras. Assim, ao invés de eliminar algumas, conforme a exigência da organização, vergaram-se a todos os oito concorrentes, o que permitiu os potenciais artistas passarem em conjunto para a terceira gala do concurso.
Quando a apresentadora Yara da Silva, acompanhada do afamado Moziko, anunciou a boa nova, os concorrentes – Ana Matecane, Stephane Mulumba, Bruna Morais, Maria Teresa, Manuela Ofiço, Malika Langa, Yassin Fardin e Cybell Duarte – e pais/os encarregados de educação, naturalmente, festejaram aos saltos, num óbvio sentido de missão cumprida. Ao menos por enquanto.
A ventura dos concorrentes de canto não foi extensiva às outras categorias. Na de poesia, a que a inaugurou a segunda gala, houve oito poetas, e, desde o princípio, logo destacou-se Luísa Sambo. A menina declamou “Ou isto ou aquilo”. E convenceu. Daí os aplausos quase ensurdecedores. O público também reagiu bem à actuação de Flórida Guambe, Romena Zunguza, Adla Jasmyn, Russília Mapilele e Michele Taimo, menina que se destacou declamando o distinto “Grito negro”, da autoria de José Craveirinha. Aqueles são os nomes das crianças apuradas para a categoria de poesia, a terceira que mais candidatos leva da segunda para a terceira gala do Mozkids Talents: seis.
Declamados os poemas, a categoria que se seguiu foi a de instrumentos musicais, com poucos concorrentes: três. Desse universo, garantiram apuramento Floize Samamad, que tocou no seu teclado “Unga hlupheki nkata”, da autoria de Fany Mpfumo, e Jorge Mbie, que interpretou com recurso a violino “Stay with me”, do britânico Sam Smith.
Quanto à categoria que melhor reflexão tem proporcionado ao auditório, a de teatro, mais uma vez dominaram temas domésticos, principalmente os que envolvem as donas de casa e as empregadas. O humor adveio daí. Por exemplo, com actuações de Tassiana José e Charmila. As meninas representaram “A patroa e a empregada”, uma peça carregada de conflitos de vária ordem, os quais, em derradeira instância, penalizam as crianças. Além das duas meninas, passam para a gala seguinte Dionísio Custódio, que num monólogo representou “Livros escolares”, e Riaz Trindade e Wanda Zango. Esta dupla levou ao palco “A menina aldrabona”, história de uma neta que engana o avô cego. Ao invés de lhe servir o que ela come, dá-lhe badjias, esmerando-se em convencer-lhe de que, na verdade, as badjias são hambúrgueres e cachorros quentes importados do Brasil. Enquanto engana o avô, a menina alimenta-se de frango, batatas fritas e alimentos de géneros.
Para o fim ficou a categoria de dança, a segunda que leva mais concorrentes desta gala para a seguinte. No total são sete concorrentes, nomeadamente: Mikhateko Gune, Kayla Muianga e Kyara Manjate, Cacilda Xerinda e Onílio Litebe, Letícia Alzira e Tónia, Erpídia Chiconela, Kayane Machavane e Ezaly Assura.
Portanto, dos 39 concorrentes que subiram ao palco do Cine Scala, passam para a terceira gala do Mozkids Talents 27. Assim, os apurados da segunda gala vão disputar, na próxima, com os apurados na primeira. Mesmo antes disso acontecer, os membros do júri confessam já ter começado a sentir muitas dificuldades em eliminar as crianças do concurso infantil devido à qualidade predominante.