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A trajectória penosa da economia moçambicana em 2019

Consultores da FocusEconomics falam em “enfraquecimento drástico” do Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique este ano. O pesado fardo da dívida pública e os impactos dos desastres naturais são apontados como factores por detrás da má performance da economia.

Cortes e mais cortes. Esta tem sido a amarga trajectória da economia moçambicana ao longo de 2019, muito castigada de forma inesperada pelos ciclones tropicais Idai e Kenneth, que arrasaram infra-estruturas socioeconómicas e deixaram o tecido empresarial de “rastos” no centro e norte do país.

Se no pior dos cenários, o Produto Interno Bruto (PIB) moçambicano desacelere de 4.1% para 1.8%, segundo estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI), as previsões mais recentes da consultora FocusEconomics batem mais no fundo, ou seja, um corte para 1.6%.

A recente avaliação (18 de Junho) desta consultora representa um corte de 1 ponto percentual em relação à previsão do mês anterior. Para 2020, também houve revisão em baixa, de 4.3% para 4.1%.

“O crescimento é visto enfraquecendo drasticamente este ano, devido ao impacto devastador dos ciclones Idai e Kenneth”, lê-se na avaliação. Antevendo, de seguida, que estes choques (ciclones) poderão piorar ainda mais as perspectivas de curto prazo, como resultado da assistência de emergência às vítimas e dos custos de reconstrução pós desastres.

Em jeito de resumo, a FocusEconomics constata que a economia iniciou o ano em queda, tendo o seu crescimento desacelerado para 2.5% no fecho do primeiro trimestre, devido à actividade mais fraca no sector de transporte, informação e comunicações, bem como na indústria de mineração.

ACORDO COM CREDORES

O novo acordo entre o Executivo de Maputo e os detentores dos títulos da dívida da Ematum, anunciado em Maio, mereceu elogio por parte dos painelistas desta consultora económica.

“O acordo proporcionaria ao Governo uma significativa redução do fluxo de caixa no curto prazo, enquanto os credores não teriam mais direito sobre as futuras receitas de gás do país, um ponto que enfrentou forte resistência interna sobre o acordo anterior (Acordo de Novembro de 2018)”, escrevem.

Recordando, no entanto, a recomendação da missão técnica do Fundo Monetário Internacional (FMI) à Maputo, que instou as autoridades a adoptarem uma estratégia mais abrangente para fazer face ao elevado endividamento do governo.

 

 

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