Por: Zaiby Manasse
Acabei o livro com ansiedade porque queria partilhar com alguma urgência o que achei do livro. Temo que nesta coisa de correr mais do que minhas pernas possa deixar algum detalhe passar ou me entusiasmar com as minhas conclusões sobre o livro. É a primeira vez que a leio e confesso que foi com medo que iniciei, nós, novos escritores, às vezes nos perdemos em nossas próprias ilusões e escrevemos sem perceber muito bem o que estamos a escrever e nem para quem escrevemos.
Kaya M., neste livro, parece já ter nascido madura, saber o que faz e para onde vai. O livro é um retrato clássico de uma história de amor digna de um filme bem dirigido da Fox Life.
Iniciei a leitura e logo de cara conclui que o livro seria previsível, já sabia como ia terminar e não foi diferente. O incrível de tudo isso é que o livro terminou como achei que ia terminar, mas o caminho para chegar lá não parou de me surpreender. Algumas vezes tive de parar de ler o livro para respirar porque fui apanhado na contra mão. Ela, Kaya, parece que sabia onde mudar o rumo da coisa para nos levar ao mesmo sítio que pensamos ao ler uma passagem.
Kaya conseguiu me levar para cada cenário descrito, fez-me sentir cada paulada, cada beijo, cada abraço, cada momento, cada tiro, cada ilusão, cada olhar, foi uma viagem intensa de uma história que eu assumi como minha, como nossa, como do mundo, uma história que cada um devia viver. Fez-me amar os protagonistas e odiar os vilões, como mandam as regras. Fez-me rir, chorar, acreditar. Fez-me ter pena. Fez-me sentir a escrita e desenhar os meus cenários.
A forma como o livro é escrito está quase fadado a tornar-se chata, mas Kaya fez alguma coisa com essa forma de contar na primeira pessoa que deixou o livro leve. A vontade que dá é de nunca parar de ler. Corria para chegar e ficava triste quando abria uma página porque sabia que estava mais perto de terminar o livro e terminar um livro é sempre um parto difícil, principalmente quando o livro é bom.
Os últimos capítulos do livro são os mais intensos, como se ela, enquanto escrevia, tivesse arregaçado as mangas e dissesse – deixa-me mostrar-vos como se faz um coração parar de bater.
Tenho certeza que no final do ano este livro estará nos meus livros favoritos lidos em 2024. Anima-me saber que temos escritores da qualidade de Kaya, mas ao mesmo tempo fico desanimado porque sei que o facto da escrita dela ser leve, provavelmente os “donos” da literatura tirem todo mérito que ela merece.
Recomendo o livro. Principalmente para quem gosta de livros onde a magia do amor é levada a sério. Onde o amor é o combustível para tudo. Que o amor seja sempre tanto e que tanto amor seja sempre saudável.