A Economist Intelligence Unit (EIU) considera que o sector da construção está a ganhar fôlego em Moçambique, apesar da crise económica e financeira e vai recuperar em 2018, embora continue abaixo dos níveis de 2014.
Apesar de não poder recuperar para os níveis pré-2014, a actividade de construção parece pronta para recuperar, mesmo com os congelamentos da ajuda externa e a acumulação de atrasos nos pagamentos e aumento da dívida, o Governo tem conseguido garantir financiamento através de empréstimos concessionais para vários projectos de infra-estruturas, escrevem os analistas da Economist, citados pela Lusa.
Numa nota de análise ao sector enviada aos investidores e a que a agência teve acesso, os peritos da unidade de análise económica da revista britânica lembram a expansão da grelha de electricidade na Matola, sul do país, e a estrada para a Tanzânia, na província nortenha de Cabo Delgado, duas infra-estruturas financiadas externamente – 71 milhões de dólares norte-americanos da Alemanha e 75 milhões do Banco de Desenvolvimento Africano, respectivamente.
Nem todos os projectos de construção planeados vão chegar ao fim, mas a capacidade do Governo para assegurar o financiamento concessional a taxas inferiores às do mercado para alguns projectos de infra-estruturas e o envolvimento do sector privado em projectos que apoiam a indústria do minério vão potenciar uma modesta recuperação no sector da construção em 2018, concluem os analistas da Economist, num despacho.
O sector da construção em Moçambique depende fortemente de contratos do Governo e foi afectado por fortes medidas de austeridade, não só devido à descida do preço das matérias-primas, mas também devido às consequências do congelamento da ajuda externa, decidida no seguimento da divulgação de empréstimos não declarados. O sector esteve em recessão desde meados de 2016.