O grupo luso The Navigator Company, que tem como subsidiária a Portucel Moçambique, decidiu “congelar” o projecto de instalação de uma unidade de fabrico de papel entre Manica e Zambézia.
“Atendendo ao facto de não haver mercado activo de madeira de eucalipto em Moçambique e de ainda não estarem criadas as condições para o início da construção de uma fábrica de estilha (lasca de madeira), a empresa decidiu registar uma imparidade relativa ao justo valor dos activos biológicos implantados na Zambézia, no valor de 6,7 milhões de euros”, explica a firma, no seu balanço anual de 2018.
A The Navigator Company fala em incumprimento do memorando de entendimento rubrica entre a Portucel Moçambique e o Executivo de Maputo, que determinou a reformulação do projecto de investimento, que passará a desenvolver-se em duas fases.
Ao abrigo do mesmo, acordou-se criar uma base florestal de cerca de 40 mil hectares, que garantirá o abastecimento da fábrica de produção de estilha de madeira de eucalipto para exportação, de cerca de um milhão de toneladas por ano, num investimento global estimado de USD 140 milhões.
Para efeito, foi constituída uma equipa conjunta entre a Portucel Moçambique e o Governo moçambicano para trabalhar com vista a assegurar o cumprimento das condições precedentes necessárias para avançar com o investimento, onde se inclui o estabelecimento das infra-estruturas logísticas necessárias à exportação de estilha.
A primeira fase do projecto está assim condicionada à boa resolução das condições precedentes identificadas no memorando de entendimento assinado entre as partes, contudo, até à data, não se verificou (o prazo era até 31 de Dezembro de 2018).
“Neste contexto, e face às condições actuais, a Navigator decidiu de forma prudente, e para além das respectivas imparidades, registar uma provisão adicional de 12 milhões de euros nas suas contas de final do ano de 2018, para fazer face ao actual cenário de desenvolvimento do projecto.