Estudantes bolseiros do quarto ano da Escola Superior de Ciências Náuticas dizem que estão a passar fome e que têm falta de material de higiene pessoal e colectiva, uma situação já com “barba branca”.
Por conta da situação, os estudantes dirigiram-se, na manhã de hoje, para o Ministério dos Transportes e Comunicações, para manifestar-se e falar com o ministro do pelouro, mas a Polícia impediu-os.
Armados e com cães, os agentes da Polícia conseguiram tirar os estudantes de frente do ministério, conduzindo-os para a Escola Superior de Ciências Náuticas. Ainda assim, não pararam de reivindicar contra o que chamaram de maus-tratos.
Cantavam “socorro”, exigiam falar com o ministro e com a directora da escola e exigiam explicações e resolução para a difícil situação por que, conforme contaram, estão a passar.
“Estamos a passar fome, alimentamo-nos muito mal, quem nos vê deste uniforme assim branco e limpo, nem imagina o que estamos a passar, o sacrifício que fazemos para mantê-lo limpo, não temos material de higiene pessoal e colectiva”, denunciou o estudante Ivan Manuel.
São ao todo 49 estudantes. Dizem que a situação é antiga, mas, este fim-de-semana, piorou. Nayla José contou que, para a sua alimentação, este domingo, foram comprados dois copos de feijão para todos os estudantes. Para o pequeno-almoço, foram comprados 10 pães, o que não foi suficiente para todos.
Dizem que não têm água potável. Eles próprios é que compram o líquido para o consumo, e há meses que não recebem subsídio.
Segundo Ivan Manuel, já enviaram cartas à procura de uma explicação e solução para o problema, mas nunca tiveram resposta.
“Se tomamos a decisão de nos manifestar deste jeito é para chamar atenção e buscar ajuda de fora. Somos uma orgânica com menos de 60 estudantes, mas não conseguem trazer comida para nós, a cada seis meses nos dão um rolo de papel higiênico, um bingo e um pacote de sabão em pó”, reclamou.
Outra situação é que até o uniforme eles é que compraram, enquanto devia ter sido a escola.
Escoltados pela Polícia, os estudantes caminharam até a escola, para conversar com a directora da escola, mas não tiveram sucesso.
À imprensa, a direcção da escola prometeu pronunciar-se em momento oportuno.