Cidadãos solidários estão a contribuir com bens e produtos de primeira necessidade em jeito de solidariedade para com as vítimas do ciclone Idai. O objectivo é preencher um navio de 14 mil toneladas e, para tal, apelam a contribuição de todos cidadãos.
As memórias de Ruben Machava fazem ressaltar um sentimento forte que tem pelos familiares que vivem na devastada cidade da Beira. Mas a distância não permite que apoie presencialmente seus parentes.
Enquanto arranja meios para viajar para Beira, Machava juntou-se aos mais de 50 voluntários que ajudam na recepção, seleção e organização de produtos ofertados por pessoas individuais e colectivas em apoio as vítimas do Idai.
Este trabalho não é apenas uma forma de ajudar os seus parentes, é também “um meio de abraçar uma causa maior que é de amor ao próximo”, uma vez que o país vive uma situação de “crise humanitária” revela o jovem voluntário.
A bandeira da luta contra aquilo que Ruben Machava chamou de “crise humanitária” é defendida pela organização “Unidos pela Beira”, e está a juntar diversos produtos de primeira necessidade.
“Esta é uma iniciativa que congrega a sociedade civil e empresários que tem uma acçao conjunta através de um grupo chamado “Unidos pela Beira”, que congrega todas as actividades e iniciativas civis, para poder fazer chegar a ajuda, a Beira” explicou a coordenadora da iniciativa Joana Martins.
Joana Martins explicou como é que toda a ideia foi materializada. “O porto de Maputo conseguiu fazer um apelo a que navios levassem ajuda para a beira, e o que nós estamos a fazer é receber os bens doados das várias entidades” disse acrescentando que “dentro de dois dias o produto será transportado para o seu destinatário”.
A fome continua a ser uma das principais preocupações das vítimas, por isso é que para encher o navio com capacidade de 14 mil toneladas, a iniciativa “Unidos pela Beira” pede principalmente alimentos.
“Nós estamos preparados para receber qualquer tipo de doação, mas até então estamos a receber muitos produtos alimentares, como arroz e açucar”, mas há necessidade específicas por serem satisfeitas.
“Falta-nos em grande medida, tudo o que são produtos de higiene, de descontaminação de água, bacias de plástico e esse tipo de coisas” revelou a coordenadora da “Unidos Por Moçambique”.
Os apelos já começam a trazer ajuda de todo lado. Um desses apoios é da comunidade Maumetana, que espera prover oito contentores, que correspondem a 240 toneladas de produtos de primeira necessidade, num espaço de tempo de dois dias.
Entre os produtos que já estão a ser inseridos nos contentores a que o Movimento Muçulmano de Ajuda as vítimas do Idai, constam “o arroz a farinha, chapas de zinco, certeza” contou o representante do movimento, Yossuf Lunat.
Esta fonte acrescentou que já conseguiram encher seis contentores com productos, e esperam que no prazo que tem (dois dias), consigam preencher os dois contentores que ainda faltam.
Para além das iniciativas colectivas, há também espaço para iniciativas individuais, tal como fez Lina Márcia. Para ela, esta é uma forma de minimizar os impactos para quem perdeu tudo, por isso decidiu oferecer algumas peças de roupa para adultos e crianças.