A selecção nacional de basquetebol sénior feminino defronta, hoje, às 21h00, na BK Arena, em Kigali, Camarões em jogo da 1ª jornada do grupo “B” do “Afrobasket” 2023, prova que qualifica os representantes africanos para o Torneio Pré-Olímpico, uma das etapas de acesso às olimpiadas de verão do próximo ano em Paris.
É, de resto, o adversário mais complicado de Moçambique na fase de grupos, porquanto, e atendo-se ao seu historial e evolução nos últimos anos, da-nos desde logo indicações de um 3° lugar alcançando no “Afrobasket” 2021, posição que já havia ocupado também em 1983 e 1984.
45° classificado no “ranking” da Federação Internacional de Basquetebol (FIBA) e 7° no continente africano, Camarões tem como melhor classificação o 2.° lugar arrancado em 2015, ano em que sediou a prova e perdeu na final com o Senegal por 88-47.
Esta prestação valeu a qualificação para o Torneio Pré-Olímpico de Nantes, França, em 2016, ano em que perdeu com a Turquia e Argentina.
Com ambições renovadas de voltar a estar nos lugares de pódio, essencialmente, diga-se, para assegurar a presença no Pré-Olímpico, a selecção camaronesa conta com uma “troupe” de jogadoras com experiência internacional.
Tais sãos os casos de Dulcy Fankam, jogadora de 24 anos que evolui no Seatle Storm da WNBA, versão feminina da liga profissional de basquetebol dos EUA, NBA.
Há, outrossim, a destacar jogadoras que evoluem na Europa, nomeadamente Jessica Thomas, 28 anos, que já disputou a Euroliga; Kaba Massey, Aicha Mara, Fanta Soumah e Fatoumata Jallow, esta última a competir na Suécia. O “coach” é Ahmed Mbombo Njoya, figura que em 2021 desempenhou as funções de assistente.
Seja como for, Moçambique tem o seus argumentos e aponta, por isso, para os lugares de pódio. Curiosamente, nesta caminhada nos “Afrobasket’s”, conseguiu alcançar o segundo lugar num intervalo de dez anos: em 2003, em Maputo, quando perdeu na final diante da Nigéria de Mfon Udoca, e 2013, ano em que cai novamente na final disputada no pavilhão do Maxaquene aos pés de Angola de Nacissela Maurício, hoje a vestir a pele de dirigente na FAB.
Os três jogos de controlo, nos quais venceu, Carlos Aik ensaiou os aspectos ofensivos e defensivos a serem colocados em prática na prova. Com a experiência de Leia “Tanucha” Dongue, que regressa à prova após ausência em 2021, e Tamara Seda, que fez uma boa temporada na Espanha, Aik tem duas jogadoras fortes na tabela. E, com um naipe de atletas jovens , sonha-se em estar na cidade da Luzes em 2024.
Delma Zita, Chanaya Pinto, Stefânia “Papelão” Chiziane, Silvia Veloso, Dulce Mabjaia, Shelsea Rafael, Onélia Mutombene, Nilza Chiziane, Ingvild Mucauro e Odélia Mafanela completam o leque de atletas escolhidas por Aik para esta empreitada.