Os pintores de sonhos, de Carlos dos Santos; A revolta dos bichos, de Miguel Ouana; Lamura, de Suzy Bila; Casa em flor, de Rogério Manjate; e Mungadze, a lenda do reino musical, de Agnaldo Bata são os livros finalistas da primeira edição do Prémio Nacional de Literatura Infanto-juvenil, instituído este ano pela Associação Kulemba.
Numa nota de imprensa do concurso, o júri constituído por Alberto da Barca (presidente), Marcelo Panguana e Angelina Neves, refere que a obra Os pintores de sonhos, de Carlos dos Santos, é finalista da primeira edição do Prémio Nacional de Literatura Infanto-juvenil porque contém uma “mensagem bonita, importante e muito actual, dada de uma forma muito didáctica”. Assim, sustenta o júri, o conto funciona como base de aprendizagem na preservação do ambiente, a história é cativante, desperta a curiosidade e está escrita de forma clara, e com ilustrações singelas.
Quanto ao livro A revolta dos bichos, de Miguel Ouana, refere o júri, é finalista do concurso porque a mensagem da narrativa é muito útil, passada de uma forma que faz lembrar “as histórias à volta da fogueira, próprias da nossa cultura (feiticeiros, chefes, animais que falam), onde a criatividade está presente ao relatar um conflito muito actual de uma forma engraçada”. No comentário do júri, o conto é escrito numa linguagem clara e as ilustrações são simples e casam bem com o texto. Por isso mesmo, “é preciso aplaudir por terem sido feitas [as ilustrações] por um jovem de 16 anos”.
Já em relação à obra Lamura, de Suzy Bila, o júri considera que “o conto reflecte sobre o sofrimento das crianças a quem é roubada a infância, fala-nos da desumanidade com a qual vivemos todos os dias. É uma narrativa contada de uma forma sóbria, sedutora, suave e poética. As ilustrações são pinturas bonitas feitas pela própria autora e que expressam de forma viva, vibrante, a história e o sentimento da autora”.
Quanto a Casa em flor, de Rogério Manjate, a obra é finalista porque, nesse caso, a poesia pode funcionar para os leitores infanto-juvenis como elemento que ajuda a gostar da arte do verso, da palavra elaborada, que ajuda a sonhar ao estar combinada com uma ilustração notável.
A quinta obra literária finalista, a ordem é aleatória, é Mungadze e a lenda do reino musical, de Agnaldo Bata, que combina muita criatividade com a ideia dum mundo musical e de uma criança salvar o mesmo mundo através da música. “A aventura discorre a um bom ritmo. As crianças podem reconhecer-se nas ilustrações”.
Para chegar às cinco obras finalistas da primeira edição do Prémio Nacional de Literatura Infanto-juvenil, numa primeira fase, cada membro do júri rastreou quatro melhores obras, tendo em conta, de um modo geral, os seguintes critérios: a Mensagem, a Criatividade, o Ritmo e a Ilustração. A seguir a essa fase, os membros do júri reuniram-se e, num universo de 12 livros (quatro de cada membro de júri), seleccionaram as cinco obras finalistas sem, nessa fase, observar nenhuma classificação. Assim, os membros do júri voltarão a reunir para apurar o grande vencedor, que será anunciado durante a sexta edição do Festival do Livro Infantil da Kulemba (FLIK 2023), entre 14 e 17 de Junho, na Cidade da Beira.