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Mais de 180 pessoas morreram em 245 acidentes de viação no primeiro trimestre de 2023

Foto: O País

Os acidentes de viação mataram mais de 180 pessoas no primeiro trimestre deste ano, menos 40 do que em igual período do ano passado. Entretanto, a situação continua preocupante. Zambézia e Nampula são as províncias mais críticas. Por isso, as autoridades apelam para mais prudência nas estradas.

Apesar da redução das mortes por acidentes de viação, de 223 no primeiro trimestre do ano passado para 183 em igual período deste ano, ainda é preciso mais trabalho para evitar derramamento de sangue nas estradas.

Aliás, a redução do número de óbitos de pessoas feridas não é satisfatória, de acordo com as autoridades, que destacam as províncias de Maputo, Nampula e Zambézia como as que mais sinistralidade registam.

“Continuamos a ter mortes e acidentes. A estrada devia ser segura. Os níveis que nos encontramos, em termos de acidentes, equiparam-se, na minha convicção, ao nível de terrorismo rodoviário.”

Um terrorismo rodoviário que, na maior parte de casos, é causado pela acção humana. O que, segundo o chefe das Operações da Polícia de Trânsito no Comando-Geral da PRM, Amândio General, podia ser evitado se os condutores cumprissem as regras básicas de trânsito.

“Todos os condutores passam por uma formação, em que aprendem o que devem ou não fazer. Mas, às vezes, alguns, não todos, mas uma parte significativa, têm pautado por não respeitar as regras de trânsito”, disse.

De acordo com o presidente da Associação Moçambicana para as Vítimas de Insegurança Rodoviária, Alexandre Nhampossa, o elevado nível de degradação das estradas, em todo o país, contribui para os elevados índices de acidentes de viação.

“Estamos com preocupações imensas na EN1, nas zonas onde é possível andar, porque há zonas onde praticamente já não se anda. Temos outras mais preocupantes, como a zona da Manhiça, como é de conhecimento de todos”, exemplificou.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a nível global há cerca de 1,3 milhões de mortes por ano e cerca de 50 milhões de feridos.

“São números assustadores. Muitas das vítimas estão em países de baixa/média renda, e Moçambique é um deles. Embora tenhamos um parque automóvel ainda reduzido, comparado com outros países, temos níveis de mortalidade rodoviária que devem fazer-nos pensar em participar, não só como espectadores, de modo a garantirmos a mobilidade segura”, disse Raquel Mabote, responsável da Segurança Rodoviária da OMS.

Os dados foram partilhados este sábado, durante as celebrações da semana internacional de segurança rodoviária, este ano sob o lema “Mobilidade sustentável”.

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